Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Igreja Católica promove a saúde mental e o bem-estar

Encontro em Roma discute ações da Igreja em prol da saúde mental de vulneráveis.

Nos dias 5 a 7 de novembro, Roma foi sede do encontro “Ministério da Esperança”, um evento católico que reuniu profissionais, pesquisadores e líderes religiosos de todo o mundo para discutir a promoção da saúde mental e o bem-estar das pessoas mais vulneráveis. A iniciativa, organizada pela Associação Internacional de Ministros Católicos de Saúde Mental, contou com a participação de cinco representantes brasileiros e teve como objetivo levantar reflexões e apresentar as boas práticas de assistência na área.

A importância do debate sobre saúde mental

Abordar a saúde mental é uma necessidade crescente no mundo atual. Segundo Márcio Gagliato, especialista em saúde mental em crises humanitárias, o debate reflete “uma visível necessidade do mundo e da população”, uma vez que cada indivíduo, em seu círculo social, já vivenciou ou conhece alguém que enfrenta dificuldades psicológicas. Gagliato destaca que a saúde mental não deve ser vista de forma isolada, mas como uma questão que envolve a promoção e a prevenção, ampliando a abordagem para além do tratamento, visando um cuidado integral.

“A pastoral do cuidado deve considerar a pessoa como um todo, levando em conta suas emoções, pensamentos e histórias. Em diversas regiões do planeta, onde a violência e os conflitos persistem, é imprescindível que haja uma discussão abrangente sobre o bem-estar mental”, argumenta Gagliato. Ele acrescenta que as adversidades atuais, muitas vezes associadas a guerras e crises sociais, exigem um olhar atento às condições que afetam a saúde mental globalmente.

Diálogo entre fé, ciência e práticas sociais

O professor de Teologia Bíblica, Jean Richard Lopes, ressaltou que o tema da saúde mental se insere em diferentes desafios contemporâneos, destacando a importância de estruturas adequadas para o suporte das pessoas. Ele menciona que a falta de recursos como um ambiente adequado, alimentações saudáveis e acesso à educação pode potencializar o sofrimento psíquico. Lopes enfatiza que a Teologia deve integrar essa discussão, sem reduzir a saúde mental à espiritualidade.

“Devemos dialogar com outras disciplinas, como a psicologia e a sociologia, para compreender a complexidade do ser humano e suas necessidades em um mundo que apresenta tantas pressões e condições adversas”, conclui Lopes.

A arte como ferramenta de cura

A cantora e musicoterapeuta Ziza Fernandes também participou do evento, discutindo a intersecção entre arte e saúde mental. Fernandes acredita que a arte pode servir como um meio poderoso de autoconhecimento e terapia. Ela coordena um curso de pós-especialização que busca dar sentido à vida por meio da expressão artística. “A arte é uma ferramenta terapêutica que toca o mais profundo do ser humano e pode ajudar a trazer um novo significado à vida em tempos difíceis”, afirma.

Para ela, é fundamental que a Igreja e seus membros estejam atentos ao aumento de problemas como depressão e ansiedade, oferecendo suporte psicológico de forma estruturada e consciente. “Os pastores precisam ser cuidados para que possam cuidar. É preciso ter uma visão abrangente que una fé e ciência, garantindo que os sacerdotes tenham acesso a bons profissionais de saúde mental”, sublinha Fernandes.

Trazendo esperança através do cuidado comunitário

Luiz Fernando Braz, membro consagrado da Fazenda da Esperança, uma comunidade terapêutica que acolhe jovens em busca de recuperação, também participou do debate, ressaltando a importância de reconstruir a vida após a dependência. “Na nossa comunidade, o jovem não apenas se afasta das drogas, mas aprende um novo estilo de vida, fundamentado na convivência e no evangelho”, diz. Ele acredita que boas práticas em diferentes iniciativas dentro da Igreja podem contribuir significativamente para a saúde mental da população.

“Foi enriquecedor participar desse encontro e poder criar conexões com outros representantes da Igreja. Estamos juntos em um objetivo comum: cuidar do próximo e trazer esperança para aqueles que mais precisam”, completa Braz.

O encontro “Ministério da Esperança” não apenas evidenciou a preocupação da Igreja Católica com a saúde mental, mas também promoveu um espaço de diálogo essencial para a elaboração de estratégias de cuidado que atendam às necessidades de uma população global cada vez mais afetada por crises psicológicas e sociais.

Para informações adicionais e atualizações sobre as iniciativas católicas voltadas para a saúde mental, visite o site da Vatican News.

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