O clima no PL (Partido Liberal) esquentou nesta sexta-feira em meio a um racha que envolve a pré-candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), irmão de Carlos, criticou publicamente o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), apontando para uma suposta “dissidência” dentro do partido. A tensão se intensifica com o envolvimento da deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), aliada de Nikolas, que tem demonstrado objeções em relação à candidatura do vereador carioca.
Críticas públicas nas redes sociais
Em postagens nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro não hesitou em compartilhar críticas direcionadas a Nikolas, que, segundo Eduardo, estaria tentando se distanciar da figura do ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma das publicações apontava que Nikolas é acusado de “querer se livrar” do ex-mandatário e que isso constitui um movimento de dissidência dentro do partido, onde vários políticos mais jovens estariam alinhados a ele.
A revolta de Eduardo e a defesa da lealdade partidária
As críticas de Eduardo foram diretamente à deputada Ana Campagnolo, que possui um histórico de oposições à pré-candidatura de Carlos ao Senado. Campagnolo argumenta que a entrada de Carlos na disputa poderia prejudicar a candidatura da também deputada federal Carol de Toni (PL-SC). Em resposta, Eduardo advertiu que sua lealdade deve ser prioritariamente com o projeto de Carlos, deixando claro que, no PL, existe uma hierarquia que precisa ser respeitada.
“Se você é do partido do Bolsonaro, existe uma hierarquia a ser seguida. Bolsonaro vai falar, e você vai seguir. Não gostou, vai para outro partido”, afirmou Eduardo em um vídeo postado em seu perfil no Instagram.
Apoio inesperado e possíveis consequências
Em meio a esse conturbado cenário interno, Ana Campagnolo recebeu um sinal de apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que recomendou um livro escrito por Campagnolo e Nikolas. O apoio de Michelle, que já havia manifestado apoio a Carol de Toni para o Senado, levanta questionamentos sobre a estabilidade do apoio familiar a Carlos no contexto da disputa partidária.
Campagnolo revelou que há um acordo entre o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, para apoiar a reeleição do senador Esperidião Amin (PP-SC) a uma das cadeiras em disputa. Essa situação suscita dúvidas sobre qual será a real posição do PL em relação às candidaturas apresentadas.
Histórico de conflitos entre os Bolsonaro
Essa não é a primeira vez que diferenças de opinião em relação a estratégias políticas surgem entre os Bolsonaro. Em julho, Eduardo expressou publicamente sua decepção em relação a Nikolas por não ter apoiado suas articulações nos Estados Unidos. Durante as eleições municipais de 2024, ele e Carlos se distanciaram de Nikolas, o que acaba por alimentar as tensões no partido neste momento crucial.
Nikolas, por sua vez, parece ter mantido boas relações com a figura de Michelle e do ex-presidente Jair Bolsonaro, demonstrando que, apesar dos conflitos internos, ainda há apoio entre algumas figuras consideráveis da família.
Perspectivas futuras e cenário eleitoral
O desenlace dessa guerra interna no PL poderá impactar significativamente a corrida eleitoral em Santa Catarina. Com Carlos Bolsonaro se prontificando a ser candidato ao Senado, a definição acerca de quem terá o apoio do partido se torna crucial não apenas para o PL, mas também para a unidade da família Bolsonaro. A possibilidade de disputas acirradas entre os membros da família pode promover um efeito cascata na dinâmica política local e até mesmo nacional.
Enquanto isso, analistas políticos observam atentamente as movimentações no cenário, dado que a escolha do candidato poderia definir os rumos do PL em uma das mais importantes eleições do ano que vem. O desenrolar deste conflito interno e seu reflexo nas candidaturas ainda está por ser desvendado.



