Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Alemanha frustra Lula com adiamento de apoio ao TFFF

A Alemanha adiou aporte ao Fundo Florestas Tropicais, frustrando o governo Lula durante a Cúpula do Clima no Pará.

Belém – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou nesta sexta-feira (7/11) o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, que decidiu adiar o esperado aporte ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A bilateral ocorreu em meio à Cúpula do Clima, evento que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), no Pará.

A decisão da Alemanha frustrou o governo Lula. No dia anterior, fontes próximas ao presidente celebraram ao serem informadas de que Merz discutiria um compromisso financeiro, com valores concretos. Segundo interlocutores, o premiê alemão chegou a mencionar ao brasileiro que o país realizaria uma contribuição “significativa”.

A expectativa de apoio financeiro

A expectativa em torno do encontro era grande, especialmente à luz de compromissos anteriores e da necessidade urgente de investimentos para conservar a biodiversidade brasileira. Com a proposta do TFFF, o Brasil busca garantir recursos para conservação dos biomas, fundamentais na luta contra as mudanças climáticas.

“Em relação à iniciativa do TFFF, ela nos chegou com pouca antecedência e precisa ser analisada com cuidado. Queremos examinar novamente esse instrumento. Eu disse, na reunião sobre energia, que realizaremos um processo de due diligence sobre esse fundo que será criado. Então, é claro, vamos analisá-lo atentamente e participaremos dessa iniciativa”, afirmou Merz após o encontro com Lula.

O que é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)?

O TFFF é um mecanismo que visa recompensar financeiramente os países em desenvolvimento que conservem seus biomas. Lançado oficialmente durante a Cúpula do Clima, o fundo se apresenta como a principal aposta do Brasil para deixar um legado durante a COP30. Até o momento, foram anunciados aportes ao TFFF que somam US$ 5,5 bilhões, provenientes de diversos países que reconhecem a importância da causa ambiental.

A Noruega, por exemplo, prometeu quase US$ 3 bilhões a serem investidos nos próximos 10 anos, enquanto a França indicou um aporte de US$ 577 milhões em cinco anos. Além disso, Brasil e Indonésia firmaram compromissos de colocar US$ 1 bilhão cada um no fundo, enquanto Portugal anunciou um aporte muito mais modesto de apenas US$ 1 milhão.

Expectativas para o futuro do TFFF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que a meta é obter pelo menos US$ 10 bilhões ao fundo até o final do ano. Em uma visão de longo prazo, o objetivo é arrecadar US$ 25 bilhões de investimentos de Estados e outros US$ 75 bilhões provenientes de entidades privadas. Os lucros gerados pelo TFFF seriam utilizados para pagar uma espécie de “taxa” aos países que mantêm suas florestas tropicais preservadas.

Com a frustração em relação ao apoio da Alemanha, o governo Lula enfrenta um desafio adicional na busca de financiamento, especialmente em um momento decisivo para o combate às mudanças climáticas. O cenário torna-se ainda mais complexo quando fatores políticos e econômicos influenciam decisões de países em relação ao investimento em conservação ambiental.

Além disso, a participação de potências globais como a Alemanha é crucial para o sucesso do TFFF e, por extensão, para enfrentar a crise climática. O encontro entre Lula e Merz, portanto, era visto como uma oportunidade não apenas de garantir recursos, mas também de reafirmar a posição do Brasil como líder em questões ambientais na esfera internacional.

Concluindo, o adiamento do apoio financeiro da Alemanha ao TFFF representa um golpe nas esperanças do Brasil de angariar fundos substanciais para a conservação de suas florestas tropicais. A Cúpula do Clima continua, e o governo brasileiro permanece otimista, buscando novas parcerias e estratégias para assegurar o futuro do TFFF e do meio ambiente global.

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