A Polícia Civil do Piauí (PC-PI) deflagrou nesta quarta-feira (5) a Operação Carbono Oculto 86, para investigar a atuação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital em postos de combustíveis no estado. A rede de Postos HD é apontada de realizar adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro para o PCC.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso paulista, historicamente vinculado ao tráfico e à lavagem de dinheiro, teria expandido sua atuação para o setor de combustíveis, utilizando uma teia de empresas de fachada, fundos de investimento e “laranjas” para movimentar milhões de reais em operações suspeitas.
A Rede de Postos HD, conglomerado com dezenas de filiais nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins, foi vendida de forma fraudulenta.
“A venda de Postos HD, realizada no fim de 2023, levantou suspeitas: a compradora, Pima Energia Participações Ltda, havia sido criada apenas seis dias antes da assinatura dos contratos. A Polícia Civil encontrou indícios de que a Pima Energia funcionava como empresa de fachada, ligada ao Jersey Fundo de Investimento em Participações e à Altinvest Gestão de Recursos, nomes já citados na Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal e Ministério da Justiça em agosto de 2025, que desmantelou um esquema de R$ 52 bilhões comandado por integrantes do PCC no setor de combustíveis”, destaca a Polícia Civil.
O delegado Anchieta Nery, diretor de Inteligência da SSP-PI, afirmou que a investigação detectou adulteração de combustíveis.
“A adulteração desorganiza o mercado concorrencial, reduz a arrecadação de tributos e fomenta a economia subterrânea, além de violar o Código de Defesa do Consumidor e causar danos ambientais pela emissão irregular de poluentes. Ou seja, o motorista é enganado, o Estado perde arrecadação e o crime organizado lucra com a sonegação e o reinvestimento dos valores ilícitos”, ponderou Anchieta Nery.

O elo com São Paulo e o PCC
As provas reunidas pela equipe do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Piauí (LAB-LD/PC-PI) confirmam que os fundos e empresas que compraram os postos piauienses estão diretamente vinculados aos alvos da Operação Carbono Oculto, deflagrada em São Paulo. Entre os nomes em comum está Rogério Garcia Peres, gestor da Altinvest, apontada como uma das principais fintechs usadas pelo PCC para movimentar recursos de origem ilícita.
“O que se viu no Piauí é um microcosmo da estrutura financeira do PCC: o mesmo DNA empresarial, os mesmos atores e o mesmo modus operandi”, concluiu Nery.
Alvos da operação
Os alvos da operação foram: Haran Santhiago Girão Sampaio, Danillo Coelho de Sousa, Thamyres Leite Moura Sampaio, Thayres Leite Moura Coelho, Moisés Eduardo Soares Pereira, Salatiel Soido de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani, Andressa Castro Alves de Oliveira, João Revoredo Mendes Cabral Filho e Victor Linhares de Paiva.


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