Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Cambios no setor financeiro: foco na energia e segurança, não mais no clima

Wall Street perde impacto na COP30, enquanto investimentos em energia renovável crescem impulsionados pela tecnologia e interesses econômicos

Nos próximos dias, ficará evidente uma mudança na abordagem do setor financeiro em relação às mudanças climáticas durante a COP30 no Brasil. Diferentemente de eventos anteriores, a presença de Wall Street diminui e a prioridade agora é atender à demanda por energia e segurança energética, deixando de lado compromissos ambientais tradicionais.

Transformação na participação do setor financeiro na COP30

Ao contrário da COP26, em 2021, quando executivos financeiros usaram bicicletas e anunciaram alianças de emissões líquidas zero, essa postura não se repete na COP30. Segundo especialistas, o grande capital está mais interessado em garantir fornecimento de energia do que em metas ambientais específicas.

Jenn-Hui Tan, diretor de sustentabilidade da Fidelity International, afirmou que essa tendência pode se tornar um motivador mais forte para a transição energética do que preocupações ambientais tradicionais.

Investimentos em energia renovável em alta

Impulsionados por investimentos de tecnologia, especialmente na criação de data centers para alimentar a inteligência artificial, há um fluxo maior de recursos para energia renovável. Entretanto, Rahul Ghosh, diretor-gerente da Moody’s Ratings, alerta que essa quantidade ainda é insuficiente para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas, como secas e elevação do nível do mar.

Desafios na redução de riscos econômicos

Ghosh destaca que existe “uma grande lacuna” entre os investimentos atuais e os níveis necessários para reduzir significativamente perdas econômicas futuras. A importância de ampliar os recursos para combater os efeitos das mudanças climáticas, portanto, é um tema que ainda exige atenção global.

Impacto na economia verde e mercado financeiro

Hoje, as ações de energia limpa têm registrado forte valorização, superando índices tradicionais como Nasdaq 100, S&P 500 e MSCI World. No segmento de renda fixa, bancos encontram maior lucratividade ao financiar projetos verdes, ao invés de empresas de combustíveis fósseis, reforçando a preferência do mercado por alternativas sustentáveis.

Segundo Tan, há razões econômicas sólidas para o crescimento de energias alternativas, embora o aumento das temperaturas projete que o limite de 2°C seja ultrapassado, segundo projeções de Aniket Shah, do Jefferies. “Não vamos atingir a maioria das nossas metas de descarbonização”, ele admite.

Visão de Bill Gates e o foco na adaptação

Bill Gates, bilionário e defensor do clima, propõe uma mudança de foco nas negociações climáticas. Em sua publicação de outubro, ele sugeriu que a prioridade deveria ser a adaptação à realidade, com uma atenção maior ao uso de energia para promover prosperidade, além de reduzir emissões.

Atuação econômica e meios de apoio

Durante o evento no Brasil, a maioria dos profissionais do setor financeiro não participará das negociações principais em Belém, mas sim de encontros do setor privado em São Paulo, incluindo conferências apoiadas pela ONU. Segundo Nathan Fabian, do PRI, o panorama de financiamento verde está positivo em mercados como a Europa, mas os EUA continuam enfrentando desafios.

Perspectivas futuras e críticas

Embora o mercado de ativos verdes seja forte, especialistas alertam que o ritmo atual pode não ser suficiente para evitar as mudanças climáticas catastróficas. A necessidade de maior humildade e esforço no setor financeiro é um ponto destacado por Daniel Hanna, do Barclays, que reforça a importância de apoiar iniciativas de descarbonização.

Para obter mais detalhes, veja o artigo completo no O Globo.

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