Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Aliados de Dino rompem com sucessor no Maranhão após acusações

Em meio a polêmicas, deputados rompem com governador Carlos Brandão, levantando preocupações para a política no Maranhão.

Em um cenário repleto de tensão, deputados aliados do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, anunciaram na última terça-feira (24) o rompimento com o atual governador do Maranhão, Carlos Brandão (sem partido). O desenrolar dos eventos vem à tona após acusações de gravações clandestinas que colocam em xeque a relação entre os parlamentares e o governo maranhense.

Contexto do rompimento entre os aliados

O rompimento foi intermediado por um conflito que surgiu quando um aliado de Brandão divulgou gravações envolvendo os deputados federais Rubens Jr (PT-MA) e Márcio Jerry (PCdoB-MA). As gravações continham menções a processos sob a relatoria de Dino, os quais afetam diretamente aliados do governador. A reação dos deputados foi contundente, chamando o material de “clandestino” e “ilegal”. Como consequência, a dupla entregou duas secretarias ocupadas por figuras vinculadas ao seu grupo político dentro do governo de Brandão.

A situação gera preocupações para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que instou ambos, Brandão e Dino, a agirem com responsabilidade durante sua visita ao Maranhão, alertando que esse racha poderia oferecer oportunidades para adversários políticos na eleição de 2026.

A postura do STF e as reações políticas

A assessoria do STF comentou a respeito da questão, afirmando que Dino não se envolve em questões estritamente políticas desde que assumiu a Corte no início de 2024. Em uma nota, o STJ ressaltou que é “impossível manifestar-se sobre gravações telefônicas de terceiros, de origem desconhecida e produzidas em datas não informadas”.

Durante discurso na Câmara, Rubens Jr acusou que foi “gravado ilegalmente”, relembrando que sua conversa com Dino foi tentada sob o contexto de pacificação política, após pedido de Brandão. Ele declarou que, apesar de tentar buscar um entendimento, o diálogo foi mal interpretado, resultando em uma escalada de tensões entre os grupos.

As implicações políticas da crise

Dino, que tem um histórico como governador do Maranhão antes de sua função no STF, enfrenta críticas de Brandão, que relacionou a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que Dino relator, à tentativa de interferência em sua gestão. A Adin em questão bloqueou a indicação de Flávio Costa, um aliado de Brandão, como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Em meio a essas tensões, Brandão também se viu acusado de influenciar as candidaturas nas eleições municipais de 2024 e, afirmando que ele e seu grupo resistem a tentativas de controle político, argumentando que essas atitudes têm caráter oligárquico.

Consequências e próximos passos

Os deputados anunciaram também que dois secretários de Brandão, o titular da pasta de Cidades, Robson Paz (PCdoB), e Rubens Pereira, que é pai de Rubens Jr, pediram demissão. A situação continua a se desenrolar, provocando um clima de incerteza em relação ao futuro político do Maranhão, especialmente à medida que todos os envolvidos se preparam para as eleições de 2026.

Nesse ínterim, as gravações e a participação do desembargador federal Ney Bello (favorável a Dino) tornam o caso ainda mais complexo, uma vez que Bello foi citado como parte das conversas que buscavam apaziguar os desentendimentos entre as partes. Ele, inclusive, afirmou que sua amizade com Rubens Jr e seu papel como professor motivaram conversas informais entre eles.

Uma crise política que, sem dúvida, deixará marcas profundas na política maranhense e que merece acompanhamento à medida que as tensões se intensificam. As próximas semanas serão decisivas para enquanto Brandão, Dino, e seus respectivos grupos buscam uma nova posição num cenário político fragmentado.

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