O Papa Leão XIV recebeu neste sábado (11) na Praça São Pedro, no Vaticano, os fiéis das dioceses da Toscana, juntamente com os peregrinos de Camerino-San Severino Marche, Fabriano-Matelica, Lanciano-Ortona e San Severo. O evento fez parte da peregrinação jubilar, que proporcionou um momento de reflexão e renovação espiritual para os participantes.
A proximidade da Igreja com o mundo do trabalho
Em seu discurso, o Papa enfatizou a importância da Igreja ser uma presença ativa e solidária no mundo do trabalho, destacando que o trabalho é uma dimensão indispensável da vida social. Ele exortou os fiéis a serem uma Igreja próxima, compassiva e encarnada, onde a mensagem do Evangelho se torne uma fonte de esperança e consolação para todos.
O Santo Padre mencionou que esta peregrinação é uma oportunidade para renovar a fé em conjunto e reforçar a dimensão comunitária do cristianismo. “A única Igreja de Cristo encarna-se em realidades particulares como as dioceses, mas também nos chama à catolicidade, nos fazendo sentir parte de uma única família de filhos de Deus”, afirmou Leão XIV. Essa união, segundo o Papa, é vital para enfrentar os desafios da evangelização, especialmente em tempos de crise.
Desafios e perspectivas para a evangelização
Durante sua fala, o Papa abordou as dificuldades enfrentadas pelas dioceses das regiões italianas representadas e destacou a necessidade de buscar novos caminhos pastorais. Ele alertou que, embora as experiências existenciais e sociais variem entre as dioceses, todos são chamados a imaginar um anúncio renovado do Evangelho, abordando questões como a catequese da iniciação cristã e a participação dos leigos na vida da Igreja.
Referindo-se à rica herança cultural da Toscana e das Marcas, o Papa destacou a importância de lembrar figuras históricas e religiosas, mas alertou que não devemos nos limitar a admirar o passado. “Hoje, mesmo com a generosidade do povo, a crise de fé e a prática religiosa exigem um novo impulso para a formação cristã e a evangelização”, declarou. Ele instou as comunidades cristãs a atuarem de maneira proativa, escutando as dificuldades dos fiéis e se colocando ao lado deles, principalmente em tempos de incerteza no emprego.
Um chamado à ação social
O Papa Leão XIV sublinhou que a comunidade cristã tem um papel vital a desempenhar diante das consequências da crise social e ocupacional. “É necessário exercer um papel de responsabilidade, estudar os problemas e elaborar soluções”, enfatizou. Ele insistiu que a Igreja deve estar presente em todos os aspectos da vida dos cidadãos, sendo uma referência nas casas, fábricas e na sociedade como um todo.
O Papa fez uma menção especial ao legado de Don Lorenzo Milani, um profeta da Igreja toscana, cujo lema “I care”, ou seja, “eu me importo”, serve como um chamado à ação e preocupação com os outros. “A Igreja deve ter a vida das pessoas no coração, especialmente dos mais pobres”, exortou, pedindo que os fiéis não permaneçam passivos mas que se mobilizem para construir uma Igreja que refleita as necessidades da sociedade.
Confiança e esperança no futuro
Por fim, o Papa concluiu sua mensagem confiando os participantes à intercessão da Virgem Maria e abençoando-os, reforçando que o compromisso social e pastoral da Igreja é fundamental para um futuro mais justo e esperançoso. Ele convidou cada membro da comunidade a ser um portador da luz do Evangelho, especialmente em tempos difíceis, promovendo ações que valorizem a dignidade humana e o trabalho.
A mensagem do Papa ressoa como um chamado à unidade e à ação diante dos desafios sociais contemporâneos, reiterando o papel vital da Igreja na busca por justiça e solidariedade no mundo atual.
