A pesquisa Genial/Quaest apresenta um panorama inédito sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revelando que, apesar de um aumento na avaliação positiva do governo e de uma vantagem nas intenções de voto para as eleições de 2026, a admiração pelo presidente ainda é tímida. Os dados coletados indicam que muitos brasileiros permanecem céticos sobre sua reeleição e a efetiva administração do país.
Aumento nas avaliações não garante entusiasmo
O levantamento realizado pelo instituto questionou os entrevistados sobre a possibilidade de Lula continuar no cargo por mais quatro anos. O resultado foi que 56% dos entrevistados acreditam que ele não merece essa continuidade, enquanto 41% discordam. Este resultado, embora negativo, representa uma ligeira melhora, sendo a melhor desde março deste ano, quando apenas 33% consideravam que Lula merecia a reeleição, e 63% afirmaram que não.
Segmentação dos dados: quem confia em Lula?
No que diz respeito aos grupos pesquisados, apenas alguns segmentos demonstram um apoio significativo à reeleição de Lula. Entre os eleitores do Nordeste, 57% responderam positivamente à questão sobre a continuidade do presidente, assim como 55% dos entrevistados com escolaridade de até o ensino fundamental. No entanto, em todas as outras categorias, como renda, idade e gênero, prevaleceu a rejeição à ideia de que o presidente mereça se reeleger.
Particularmente entre as mulheres, 51% afirmaram que Lula não merece permanecer no cargo, enquanto apenas 45% acreditam que sim. Os trabalhadores que recebem até 2 salários mínimos demonstraram um equilíbrio, com 49% dizendo que ele não merece e 47% acreditando que sim.
Melhorias modestas em meio ao ceticismo
Apesar da maioria ainda não ver com bons olhos a continuidade do presidente, os dados indicam uma melhora gradual nas avaliações desde agosto, o que é um dado encorajador para a administração atual. De acordo com Felipe Nunes, cientista político e diretor da Quaest, a recuperação de popularidade ainda não é suficiente para assegurar um apoio incondicional. “É como se Lula fosse uma escolha possível, mas não ideal para um segmento do eleitorado”, afirmou Nunes.
Impacto da economia na avaliação do governo
Outros dados da pesquisa reforçam a ideia de que a fragilidade do apoio popular é, em parte, alimentada pelo pessimismo econômico. Muitos entrevistados continuam a acreditar que o país está na direção errada sob a gestão de Lula, refletindo preocupações, especialmente com a inflação de alimentos. Essa sensação de insegurança pode impactar diretamente a disposição dos eleitores em apoiar uma eventual reeleição.
Factores que influenciam a opinião pública
A pesquisa também destaca que Lula se beneficiou de um cenário político conturbado, como a condenação de Jair Bolsonaro e os sentimentos nacionalistas suscitaram pela oposição às sanções americanas. Entretanto, essas circunstâncias não garantiram uma forte base de apoio. O voto em Lula, neste momento, parece ser uma escolha por exclusão, com muitos brasileiros avaliando-o apenas como uma opção viável temporariamente, em vez de um líder preferido.
Enquanto Lula tenta aprovar a isenção do Imposto de Renda em uma tentativa de reverter essa sensação negativa, a sensação em relação ao governo permanecerá em observação até que os eleitores sintam os reais impactos dessa reforma em suas vidas diárias. Essa estratégia é vista como vital para revitalizar sua imagem e conquistar um eleitorado que se sente inquieto a respeito do futuro econômico do Brasil.
Concluindo, os resultados da pesquisa Genial/Quaest indicam que, apesar de uma leve recuperação nas avaliações do governo, Lula ainda enfrenta um cenário de desconfiança e ceticismo que poderá afetar suas chances de reeleição em 2026. O caminho à frente é desafiador, e dependerá da capacidade do presidente de traduzir a melhora em sua administração em apoio concreto dos eleitores.



