Nesta sexta-feira (10), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de habeas corpus apresentado pelo governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), com a finalidade de retornar ao cargo. O afastamento de Barbosa, que ocorreu em setembro, ocorreu devido a investigações sobre o suposto desvio de recursos públicos, especificamente relacionados à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19.
Contexto do afastamento de Wanderlei Barbosa
O processo que envolve Wanderlei tem como relator o ministro Barroso, que manifestou a negativa de seguimento ao habeas corpus. Essa prática é comum quando o pedido não possui fundamentação adequada ou contraria entendimentos já consolidados no tribunal. O g1 tentou obter uma posição da defesa de Wanderlei, mas até o fechamento desta reportagem, não havia resposta.
O habeas corpus foi requerido pela defesa do governador no dia 8 de setembro de 2025. Dois dias depois, uma movimentação no site da corte informou que o pedido não era conhecido, uma vez que a defesa não havia anexado documentos que comprovassem a alegação de constrangimento ilegal. Posteriormente, a defesa apresentou os documentos, mas o caso foi redistribuído para Barroso após a saída do ministro Edson Fachin da relatoria ao assumir a presidência do STF.
Investigações e operações da Polícia Federal
O afastamento de Wanderlei Barbosa ocorreu no dia 3 de setembro de 2025, com a decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Junto a ele, a primeira-dama e secretária extraordinária de Participações Sociais, Karynne Sotero Campos, também foi afastada. Ambos devem permanecer fora de seus cargos por um período de 180 dias.
Essas medidas foram tomadas durante a segunda fase da Operação Fames-19, conduzida pela Polícia Federal, que também resultou em mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa do Estado, atingindo dez gabinetes de deputados estaduais. Em uma grande ação, mais de 200 policiais cumpriram 51 mandados de busca e apreensão em diferentes estados, incluindo Tocantins, Paraíba, Maranhão e o Distrito Federal.
Crime e organização criminosa
A operação investiga uma série de crimes, como a frustração ao caráter competitivo de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de capitais e formação de organização criminosa. Os indícios apontam que o esquema ocorreu entre 2020 e 2021, envolvendo políticos de alto escalão, servidores e empresários, formando um núcleo ilícito que teria se beneficiado do desvio de verbas destinadas a cestas básicas.
Notas de defesa e declarações
A defesa de Wanderlei Barbosa, em nota, expressa que não comentará processos em andamento, especialmente aqueles que tramitam em segredo de justiça. Destacaram que quaisquer decisões que não favoreçam o governador serão objeto dos devidos recursos. A defesa reafirma que as acusações são infundadas e que confiam no devido processo legal, acreditando que Wanderlei será reconduzido ao cargo que lhe foi confiado pela população tocantinense.
Por sua vez, Karynne Sotero também se manifestou, ressaltando seu respeito pelas decisões do STJ e informando que se dedicará integralmente à sua defesa. Afirmou estar totalmente confiante de que poderá provar sua inocência e que tudo será esclarecido rapidamente em benefício do povo tocantinense.
Essa situação delicada envolve não apenas as vidas de Wanderlei Barbosa e Karynne Sotero, mas também levanta questões sobre a transparência e a ética na administração pública. O desenrolar dos eventos certamente será acompanhado de perto, tanto pela população do Tocantins quanto pela mídia.
Para mais informações sobre o assunto, acompanhe as atualizações no g1 Tocantins.
