O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 10, que o Brasil está concluindo uma etapa importante da reforma tributária, com a isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais. A declaração foi feita durante evento em São Paulo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que também foi lançado um novo modelo de crédito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Reforma tributária avança com foco na renda
Durante a cerimônia, Haddad ressaltou que a reforma tributária inclui medidas para ampliar a justiça fiscal no país. “Estamos concluindo uma parte importante da reforma tributária sobre a renda, que vai beneficiar milhões de trabalhadores e contribuintes de baixa renda”, destacou o ministro. Além disso, ele mencionou ações para cobrar recursos mantidos em paraísos fiscais, incluindo fundos fechados familiares que antes eram beneficiados por uma “anomalia” que favorecia os mais ricos
Crédito imobiliário mais acessível e ampliado
A proposta também prevê a ampliação do limite para financiamento de imóveis por meio do uso de recursos da poupança, que passará de R$ 1,5 milhão para até R$ 2,25 milhões. O novo modelo mantém a taxa de juros em 12% ao ano e busca solucionar problemas estruturais do mercado imobiliário brasileiro, de acordo com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Perspectivas para o setor de habitação
Galípolo explicou que a medida deve aumentar a disponibilidade de crédito e tornar os financiamentos mais competitivos. “Queremos maximizar e multiplicar esses recursos para que mais famílias possam acessar o financiamento imobiliário, mesmo com a elevação das taxas de juros”, afirmou o presidente do BC.
Reações e avaliações
Haddad agradeceu à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) por uma nota enviada na véspera, na qual a entidade destacou a atuação de fintechs contra a MP que trata do IOF. “Foi notório que as fintechs, mais lucrativas e com maior base de clientes, trabalharam contra essa medida”, criticou Haddad, reforçando o esforço do governo para fortalecer o sistema financeiro e evitar interferências externas.
Para a imprensa, Haddad também esclareceu que as ações fazem parte de uma estratégia maior de justiça fiscal e inclusão social, com foco na redução de desigualdades. “Nós estamos corrigindo uma desigualdade histórica, que protegia interesses do alto escalão da sociedade brasileira”, afirmou, ressaltando a importância de uma tributação mais justa e eficiente.


