No final da manhã desta segunda-feira, 15 de setembro, o Papa deixou o Vaticano para se reunir no Pontifício Instituto Patrístico Agostiniano com seus confrades que participam do 188º Capítulo Geral da Ordem de Santo Agostinho. Este encontro, descrito como um momento de fraternidade e partilha espiritual, marca um importante momento na vida da Ordem e na reflexão sobre vocações e formação religiosa.
O espírito de fraternidade e escuta
O Papa Francisco, ao cumprimentar os participantes do Capítulo Geral, expressou seu sentimento de estar em casa. “Posso dizer que me sinto em casa e de participar interiormente também eu, em espírito de partilha espiritual, daquilo estão vivendo nesses dias”, declarou o Santo Padre. Essa mensagem de comunhão é fundamental para a vida religiosa, destacando a importância do apoio mútuo e da oração dentro da Ordem.
Em sua audição, o Papa agradeceu ao prior-geral que concluiu seu mandato, desejando sucesso ao novo prior. Ele enfatizou que a função de prior exige muita oração e dedicação, pedindo que todos não se esquecessem de rezar por aqueles que assumem essa responsabilidade. A ênfase do Papa na oração coletiva reflete a necessidade de suporte espiritual nas jornadas de liderança e serviço.
A importância da vocação e formação inicial
Durante sua reflexão, o Papa abordou a relevância das vocações e da formação inicial, conectando esses temas com o legado de Santo Agostinho. Ele comparou a formação religiosa não a um simples conjunto de regras, mas a um chamado a viver o amor em sua essência. “Amem aquilo que serão”, citou o Santo Agostinho, ressaltando que a vocação deve ser uma experiência transformadora que desperta no coração do indivíduo um amor a algo maior.
O Pontífice destacou que a vocação cristã, especialmente a religiosa, deve ser vista como uma aventura espiritual que envolve toda a história da pessoa, focando na relação pessoal com Deus. “Vocação e formação não são realidades pré-estabelecidas, são uma aventura espiritual”, reafirmou, incentivando os jovens a compreenderem a beleza do chamado que é feito a eles.
A pobreza evangélica e a missão agostiniana
Além de vocação e formação, o Santo Padre também falou sobre a pobreza evangélica, sugerindo que ela deve guiar a forma como os agostinianos vivem, utilizando tudo o que possuem a serviço da missão apostólica. O Papa ressaltou que “tudo aquilo que somos e temos” deve ser voltado para a missão, sinalizando que a simplicidade e a humildade são chaves para a vida cristã.
Outro ponto importante discutido pelo Papa foi a vocação missionária da Ordem, lembrando que a primeira missão agostiniana data de 1533. Desde então, os agostinianos têm se dedicado a anunciar o Evangelho em várias partes do mundo, cuidando das comunidades locais, promovendo a educação e realizando obras sociais. “Este espírito missionário não deve se apagar”, afirmou o Pontífice, incentivando os participantes a continuarem com fervor essa tradição.
Nova liderança na Ordem de Santo Agostinho
No dia 9 de setembro, durante a mesma reunião, os agostinianos elegeram o Padre Joseph Farrell como o 98º prior-geral da Ordem. Ele sucede o Padre Alejandro Moral Antón, que serviu por 12 anos. Padre Farrell, nascido na Pensilvânia, nos Estados Unidos, começa sua liderança com 62 anos e deve guiar a Ordem buscando revitalizar seu compromisso com a missão agostiniana.
Com essas reflexões e mudanças, o 188º Capítulo Geral da Ordem de Santo Agostinho se coloca como um marco para o futuro da Ordem, com a expectativa de que o novo prior e todos os participantes possam renovar seu compromisso com o amor, a formação e a missão a serviço do Evangelho.
O Capítulo Geral não é apenas um momento de reflexão interna; é também uma oportunidade para a Ordem se reafirmar diante dos desafios contemporâneos, lembrando-se sempre da mensagem central de Santo Agostinho: o amor é o motor da vocação e da ação.
