Neste domingo (19), o Brasil perdeu uma das vozes mais emblemáticas de sua história televisiva. João Baptista Bellinaso Neto, conhecido como Léo Batista, faleceu aos 92 anos, após enfrentar uma batalha contra o câncer no pâncreas. Internado desde o início de janeiro, o apresentador descobriu a doença após um quadro de desidratação e dores abdominais. Sua morte encerra uma trajetória de mais de sete décadas dedicadas ao jornalismo esportivo.
Um marco na comunicação esportiva
Com mais de 70 anos de carreira e 53 deles na TV Globo, Léo Batista foi pioneiro e referência no jornalismo esportivo. Sua habilidade única e voz marcante o tornaram um dos mais respeitados comunicadores do país. Na emissora, ele apresentou programas históricos como o “Jornal Hoje”, “Esporte Espetacular”, “Globo Esporte” e “Globo Rural”.
Léo foi o primeiro narrador a transmitir eventos como surfe e Fórmula 1 na televisão brasileira. Eternizou ainda o icônico quadro dos gols da rodada no “Fantástico”, acompanhando milhões de brasileiros aos domingos. Seu papel como cronista de grandes momentos do esporte brasileiro e mundial deixou um legado insubstituível.
A paixão pelo Botafogo
Torcedor apaixonado do Botafogo, Léo Batista mantinha uma relação especial com o clube alvinegro. Sócio desde 1962, ele foi homenageado em vida pelo clube, que batizou uma das cabines de TV do Estádio Nilton Santos com seu nome. Após o anúncio de sua morte, o clube divulgou uma nota oficial, destacando a conexão profunda entre o jornalista e a Estrela Solitária:
“Com pesar e gratidão, nos despedimos do grande Léo Batista, escolhido pela Estrela Solitária e um dos maiores nomes da comunicação brasileira. A voz marcante do jornalista atravessou gerações, nos acompanhou em momentos históricos e anunciou o ‘Tempo de Botafogo’.”
Uma carreira que atravessou gerações
Nascido em 22 de julho de 1932, em Cordeirópolis, São Paulo, Léo Batista iniciou sua trajetória profissional nos anos 1940 como locutor de rádio. Ele ingressou na TV Globo em 1970, onde permaneceu até sua aposentadoria, cobrindo eventos memoráveis como 13 Copas do Mundo e 13 edições dos Jogos Olímpicos.
Entre suas coberturas mais marcantes, estão a morte do presidente Getúlio Vargas e o acidente de Ayrton Senna, eventos que exigiram precisão e sensibilidade. Léo era mais do que um narrador; ele era um contador de histórias que aproximava o público de momentos históricos com uma abordagem humana e apaixonada.
Homenagem ao ícone
Em junho de 2024, o documentário “Léo Batista, A Voz Marcante“ celebrou sua vida e legado, reunindo depoimentos de colegas, amigos e familiares. O filme destacou sua contribuição inestimável para a mídia brasileira e a admiração que conquistou entre os telespectadores.
Léo Batista era viúvo de Leyla Chavantes Bellinaso e pai de Mônica Batista. Seu legado ultrapassa a comunicação esportiva, sendo lembrado como um símbolo de dedicação e excelência profissional.