O bitcoin alcançou um marco histórico neste domingo (15), sendo negociado acima de US$ 106 mil pela primeira vez. A disparada ocorreu após declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu a criação de uma reserva estratégica de criptomoedas no país, similar à já existente reserva estratégica de petróleo.
Declaração de Donald Trump impulsiona valorização do Bitcoin
“Faremos algo ótimo com a cripto porque não queremos a China ou qualquer outra pessoa — não apenas a China, mas outros estão abraçando — e queremos ser o líder”, afirmou Trump à CNBC.
Quando questionado sobre a implementação de uma reserva estratégica, ele respondeu: “Sim, acho que sim.”
A declaração gerou impacto imediato no mercado, consolidando o bitcoin como o ativo mais promissor da economia digital e abrindo discussões sobre seu papel no futuro das finanças globais.
Criptomoedas no radar de governos mundiais
Não são apenas os Estados Unidos que consideram uma mudança estratégica em relação às criptomoedas. Na Rússia, o presidente Vladimir Putin indicou a possibilidade de substituir parte das reservas estatais em moedas estrangeiras por ativos digitais.
“Por exemplo, bitcoin, quem pode proibi-lo? Ninguém”, afirmou Putin, criticando o uso político do dólar americano como moeda de reserva.
Esses movimentos refletem um cenário de transformação no sistema financeiro global, onde a busca por alternativas ao dólar ganha força. Apesar do otimismo de líderes como Trump e Putin, há vozes céticas. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), afirmou recentemente que o bitcoin não é um concorrente ao dólar e comparou a criptomoeda ao ouro, destacando sua alta volatilidade e a limitada utilização como meio de pagamento.
Mudança de postura de Trump e o Bitcoin no futuro financeiro
A adesão de Trump à causa das criptomoedas representa uma reviravolta significativa em sua visão sobre o ativo. Em 2019, o então presidente declarou não ser “fã” do bitcoin, alegando que sua volatilidade e falta de regulamentação facilitavam comportamentos ilegais. Agora, Trump se posiciona como defensor da criptografia como pilar do futuro financeiro global.
Durante a campanha eleitoral de 2024, Trump compareceu à conferência Bitcoin 2024, onde prometeu medidas favoráveis ao setor, enfatizando: “Se a criptografia vai definir o futuro, quero que seja extraída, cunhada e fabricada nos Estados Unidos.” Especialistas atribuem essa mudança à crescente adoção de criptomoedas pelo eleitorado norte-americano, tornando o tema crucial em sua plataforma política.
Bitcoin lidera corrida das criptomoedas
Desde a eleição de Trump, em 5 de novembro, o bitcoin valorizou-se mais de 50%, contribuindo para o crescimento do mercado de criptomoedas, que agora ultrapassa US$ 3,8 trilhões, segundo dados da CoinGecko. Além do bitcoin, outras criptomoedas também experimentaram um aumento significativo, refletindo a expectativa de políticas favoráveis ao setor durante o próximo mandato presidencial.
A rápida valorização reflete não apenas o entusiasmo dos investidores, mas também o fortalecimento da narrativa de que as criptomoedas são ativos indispensáveis em um mundo cada vez mais digitalizado. No entanto, a volatilidade ainda é um desafio para consolidar a confiança no bitcoin como reserva de valor.
Um novo paradigma financeiro em construção
A ascensão do bitcoin e o debate sobre reservas estratégicas de criptomoedas sinalizam mudanças profundas no cenário econômico global. Se, por um lado, há a promessa de inovação, por outro, surgem desafios ligados à regulamentação, segurança e estabilidade dos mercados financeiros.
Com os Estados Unidos liderando a discussão, acompanhados por países como Rússia, o mundo observa os próximos passos das principais economias em relação ao bitcoin. O impacto dessas decisões será crucial para definir o papel das criptomoedas no sistema financeiro do futuro.
