O governo federal prometeu, na semana passada, anunciar um pacote de contingenciamento para ajudar empresas atingidas pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos. A expectativa era que a medida fosse divulgada nesta segunda-feira, após reunião do vice-presidente Geraldo Alckmin com o presidente Lula, marcada para o final da tarde. No entanto, até o momento, o anúncio não foi feito, gerando preocupação entre empresários e analistas.
Medidas em discussão e atraso na divulgação oficial
Entre as propostas avaliadas estão linhas emergenciais de crédito, compras governamentais de produtos e programas de proteção ao emprego para setores afetados, semelhante ao que foi feito na recessão de 2015, com juros subsidiados para evitar demissões. Ainda assim, não há uma decisão final ou anúncio oficial. Segundo apuração do jornal O Globo, o atraso na divulgação aumenta a incerteza do setor.
Impactos do tarifão na logística e na exportação
O tarifaço de Donald Trump, anunciado recentemente, tumultuou a logística das exportações brasileiras para os Estados Unidos, segundo reportagem de Vinicius Neder. Muitas empresas tiveram que alterar suas estratégias de envio, como a compra de transporte aéreo, o que elevou os custos operacionais. Algumas, diante da insegurança, aproveitaram para acelerar embarques, pagando horas extras para evitar o impacto do aumento de 50% na tarifa, que começou a valer em 6 de agosto, após uma tarifa anterior de 10%.
A incerteza como maior inimiga da economia
De acordo com especialistas, a falta de previsibilidade amplia a vulnerabilidade das pequenas empresas que dependem das exportações para os EUA. “Quem mais sofre são as pequenas, que não possuem recursos para se adaptar rapidamente”, afirma um analista, reforçando que a incerteza é um dos maiores inimigos da economia neste momento. Para administrar suas operações, os empresários precisam de clareza sobre contratos, preços de insumos e condições futuras.
Diferenciação na abordagem do governo
Uma decisão considerada acertada pelo setor foi o tratamento diferenciado às empresas, levando em conta o impacto distinto recebido por cada uma. Algumas empresas dependem fortemente do mercado americano, enquanto outras têm menor relação com ele. Sistematicamente, essa heterogeneidade exige respostas específicas do governo para assegurar a resiliência do setor exportador.
Para acompanhar o desenvolvimento das iniciativas do governo e o possível anúncio oficial, acesse o blog de Miriam Leitão.
