Um escândalo envolvendo erros em testes de HIV em pacientes transplantados no Rio de Janeiro resultou na prisão de dois responsáveis por um laboratório de análises clínicas, na manhã desta terça-feira (15). A investigação aponta que laudos incorretos levaram à infecção de seis pacientes com o vírus. A operação mobilizou 40 agentes da Delegacia do Consumidor da Polícia Civil, que continuam em busca de outros envolvidos.
Prisões e investigações
Entre os detidos estão Walter Vieira, sócio do laboratório PCS Lab Saleme, e Oild dos Santos, responsável técnico pelo estabelecimento. Mateus Vieira, filho de Walter e também sócio, foi conduzido à delegacia para prestar depoimento. Ainda são procurados outros responsáveis, incluindo Jaqueline Iris de Assis, que teria assinado documentos com registros inativos.
A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e investiga a emissão irregular de laudos clínicos pelo laboratório. Segundo informações do Conselho Regional de Farmácia (CRF), o laboratório não possuía registro junto ao órgão, e nenhum dos profissionais envolvidos estava registrado.
Lucro como motivação e falhas no controle de qualidade
De acordo com a polícia, falhas operacionais e de controle de qualidade nos testes de HIV foram detectadas, e a investigação sugere que o foco em maximizar lucros comprometeu a precisão dos exames. “A negligência resultou na infecção de seis pacientes com HIV, evidenciando um claro descaso com a saúde pública”, afirmou o secretário de Polícia Civil, Dr. Felipe Curi.
Declarações oficiais e desdobramentos
Durante coletiva de imprensa, Dr. Felipe Curi destacou o rigor da investigação: “A polícia civil investiga os fatos e chega aos envolvidos, sejam pessoas físicas ou jurídicas”, reforçou. O caso levanta preocupações sobre a fiscalização de laboratórios e a segurança dos diagnósticos de saúde no estado.
As investigações continuam para apurar o envolvimento de mais pessoas e verificar se houve erros em outros exames, além dos seis pacientes já identificados.