Brasil, 7 de agosto de 2025
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Avibras tem novo acionista majoritário e busca recuperação

A Avibras anuncia novo controlador enquanto enfrenta crise financeira, com mais de mil dias de greve e dívidas de R$ 600 milhões

A Avibras, indústria bélica sediada em Jacareí, anunciou nesta quarta-feira (6) a entrada de um novo acionista majoritário, responsável pela condução do processo de reestruturação da companhia, conforme o plano de recuperação judicial aprovado em maio. A mudança de controle ocorre em meio ao grave cenário de crise financeira e greve que já dura mais de mil dias.

Reestruturação e desafios administrativos

O novo acionista, Fábio Guimarães Leite, tem como missão verificar atividades não declaradas nos relatórios mensais e negociar um novo acordo coletivo com os funcionários. Segundo o comunicado oficial, “a reestruturação representa uma oportunidade histórica para a construção de uma nova Avibras forte, com nova governança, estabilidade política e uma estrutura de capital alinhada à visão de longo prazo, focada no melhor interesse dos clientes, de seu corpo técnico e do Brasil”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos confirmou uma reunião com a nova controladora, agendada para 14 de agosto, para definir uma nova gestão. A entidade também afirmou que realizará uma nova assembleia para discutir a atual situação dos trabalhadores, que acumulam 28 meses de salários atrasados.

Crise financeira e greve prolongada

Fundada em 1961 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Avibras, uma das maiores no setor de defesa no Brasil, atravessa dificuldades financeiras desde 2022, quando pediu recuperação judicial, com dívidas próximas a R$ 600 milhões. A crise levou a uma greve iniciada em setembro de 2022, em protesto contra dois meses de atraso de salários, que atualmente ultrapassa 25 meses.

Desde então, a empresa enfrenta uma série de tentativas de venda a investidores estrangeiros. Em abril de 2024,​ anunciou negociação com a australiana Defendtex, a qual foi abandonada em junho. No mesmo mês, o Ministério da Defesa informou uma proposta de investidor chinês, também sem avanço. Em outubro, a Avibras revelou negociações com um investidor brasileiro, que no entanto não prosperaram. Recentemente, a companhia declarou estar em conversas com uma empresa saudita, e em maio de 2025, a credora Brasil Crédito manifestou interesse na aquisição.

Contexto e futuro

Fundada há mais de 60 anos, a Avibras é pioneira na tecnologia aeroespacial nacional, produzindo armas, veículos de defesa, foguetes e aeronaves civis e militares. Apesar do momento turbulento, a reestruturação anunciada e a entrada de um novo controlador representam uma tentativa de retomar o crescimento e a estabilidade da organização.

O setor de defesa brasileiro aguarda ansiosamente por uma saída mais sólida da crise, que ameaça a continuidade de uma das principais referências no desenvolvimento tecnológico militar do país.

Para mais informações, acesse a reportagem completa no g1 Vale do Paraíba.

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