Os representantes da União Europeia devem se reunir ainda nesta semana para definir um plano de medidas em resposta ao possível impasse com os Estados Unidos, cujo endurecimento na postura comercial tem aumentado as tensões. As negociações, que visam evitar uma escalada tarifária, ainda não apresentaram avanços concretos e se aproximam do limite estabelecido para 1º de agosto.
Impasse nas negociações e medidas propostas
Apesar dos esforços para manter as negociações com Washington nos trilhos, fontes próximas às conversas indicam que ainda não há avanços significativos. As discussões continuam nas próximas duas semanas, com a expectativa de evitar uma guerra tarifária total entre os blocos.
Tarifas e setores impactados
Segundo fontes anônimas, os EUA desejam impor uma tarifa quase universal superior a 10% sobre produtos da UE, com exceções limitadas que incluiríam aviação, alguns dispositivos médicos, medicamentos genéricos, bebidas alcoólicas e equipamentos industriais essenciais. Nesse cenário, a tarifa poderia atingir cerca de 380 bilhões de euros — aproximadamente US$ 442 bilhões — representando cerca de 70% das exportações do bloco para os EUA.
A União Europeia, por sua vez, já preparou uma lista de represálias, incluindo tarifas adicionais sobre 72 bilhões de euros em produtos americanos, como produtos agrícolas, automóveis, aviões e bebidas alcoólicas. Essas medidas seriam uma resposta às tarifas recíprocas e aos encargos automotivos impostas por Trump, que já elevou tarifas de 25% sobre carros e autopeças e ameaçou impor tarifas de 50% sobre cobre.
Possibilidade de medidas coercitivas e reequilíbrio
Em meio ao acirramento da disputa, há também a possibilidade de ativação do chamado instrumento anticoerção (ACI), que permitiria à UE aplicar medidas de retaliação mais amplas, incluindo restrições ao mercado europeu ou limitações a empresas americanas. Esta estratégia visa dissuadir ações coercitivas dos EUA, especialmente se não for alcançado um acordo satisfatório.
Ao mesmo tempo, as partes discutem mecanismos de fixação de teto tarifário para setores específicos, além de cotas para aço e alumínio, buscando proteger sua cadeia de suprimentos diante da superoferta de metais pelos EUA.
Perspectivas e impacto internacional
Segundo o porta-voz da Comissão Europeia, as negociações continuam, mas preferem não comentar detalhes do processo. Ainda assim, o bloco aguarda um possível aval político dos líderes europeus para ações de retaliação, caso o impasse persista após o prazo de 1º de agosto.
Analistas alertam que qualquer medida de retaliação com impacto intenso pode gerar um atrito comercial maior entre os lados, enquanto o presidente dos EUA mantém suas ameaças de tarifas adicionais e restrições ao comércio com o bloco.
Com o aumento do risco de uma guerra tarifária, a UE reforça sua estratégia de proteção ao mercado interno e busca alternativas para equilibrar as relações comerciais com Washington, que ameaçam afetar a economia global.
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