Brasil, 20 de julho de 2025
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AGU pede investigação de operação suspeita antes do tarifaço, envolvendo Eduardo Bolsonaro

Advocacia-Geral da União solicita ao STF apuração de uso de informações privilegiadas no mercado cambial durante anúncio de Trump

A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sábado (20) que abra investigação sobre investimentos suspeitos feitos no Brasil antes do tarifão anunciado pelos Estados Unidos, no inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. A medida foi motivada por uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, que revelou uma movimentação bilionária de compra e venda de dólares no mercado de câmbio americano na tarde do anúncio de Donald Trump.

Requisição por investigação de insider trading no mercado de câmbio

Segundo a AGU, a movimentação revela possíveis práticas de insider trading, ou uso de informações privilegiadas, por pessoas físicas ou jurídicas, que teriam acesso antecipado a decisões ou dados econômicos de alto impacto. “A conduta, além de ilícita, poderia envolver ganhos financeiros indevidos, já que a compra e venda de dólares ocorreu de forma extremamente lucrativa para quem agiu com informações antecipadas”, afirma nota da AGU.

Movimentos abruptos no câmbio e ganhos suspeitos

De acordo com a reportagem do Jornal Nacional, às 13h30 (horário de Washington) foi registrada uma compra de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões, quando o dólar estava cotado a R$ 5,46. Apenas dois minutos após o anúncio do tarifão por Trump, às 16h17, a mesma soma foi vendida, agora com a cotação a R$ 5,60. Especialistas apontaram um possível lucro de até 50% em uma operação que durou apenas três horas.

A análise gráfica da movimentação cambial indica que operações similares ocorreram em relação a outras moedas afetadas por tarifas elevadas, aumentando as suspeitas de manipulação de mercado. Parlamentares americanos também solicitaram investigações, embora nenhum procedimento tenha evoluído até o momento.

Implicações jurídicas e ações do governo brasileiro

A AGU reforça que a investigação contra Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA e se reuniu com autoridades locais, tem como objetivo apurar se houve uso de informações privilegiadas para obter ganhos ilícitos, além de possíveis tentativas de obstrução da Justiça. “Os fatos indicam que há uma conduta delituosa que vai além da obstrução, podendo envolver ganhos financeiros indevidos, com impacto negativo para o mercado e investidores”, destaca a nota oficial.

A instituição encaminhou o documento ao ministro relator Alexandre de Moraes e solicitou que a Procuradoria-Geral da República e a Procuradoria-Geral da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adotem providências prioritárias. A AGU também alertou para a responsabilidade civil e administrativa de quem utilizou informações privilegiadas, destacando prejuízos ao mercado financeiro.

Perspectivas e próximos passos

A reportagem do Jornal Nacional, publicada nesta semana, detalha a operação financeira suspeita, que pode ter gerado lucros de até 50%, em um período de apenas três horas. O episódio reacende discussões sobre transparência e integridade no mercado cambial, especialmente em momentos de crise internacional.

As expectativas são de que as investigações avancem nos próximos dias, com o possíveis desdobramentos de ações judiciais contra envolvidos na movimentação irregular de recursos. Além disso, as autoridades brasileiras continuam de olho nas possíveis manipulações do mercado, buscando preservar a integridade do sistema financeiro nacional.

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