Brasil, 20 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo Lula aposta em patriotismo com verde e amarelo contra Bolsonaro

Estratégia do governo federal busca valorizar a bandeira brasileira em meio a tensão com os EUA e à polarização política interna.

Nos últimos dias, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem intensificado sua estratégia de resgatar os símbolos nacionais, especialmente as cores verde e amarelo, em meio às tensões políticas com os Estados Unidos e a análise crítica da gestão anterior de Jair Bolsonaro (PL). As ações incluem a presença dessas cores em peças publicitárias, discursos e eventos, refletindo uma tentativa deliberada de reposicionar a imagem do governo em um contexto que valoriza a soberania nacional.

A estética verde e amarela em eventos oficiais

A estratégia de utilizar as cores da bandeira brasileira começou a ganhar destaque em eventos oficiais. Um exemplo notável foi a recente participação do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), em que ele utilizou uma camisa amarela da seleção brasileira em uma entrevista sobre a recente sobretaxa imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a produtos brasileiros. Essa escolha estética foi replicada durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Goiânia, onde alunos e autoridades também se apresentaram com as mesmas cores, enfatizando o simbolismo e a união em defesa da soberania nacional.

Na plateia, a primeira-dama, Rosângela da Silva (Janja), vestiu uma jaqueta amarela, enquanto outros ministros optaram por combinações em azul, ainda que a predominância do verde e amarelo reforçasse a intenção do governo de resgatar o patriotismo brasileiro. Lula, por sua vez, escolheu uma camisa vermelha, mas isso não diminuiu a presença marcante das cores nacionais no evento.

Discurso de soberania e rivalidade com Bolsonaro

Durante seus discursos, Lula tem enfatizado a bandeira brasileira, buscando claramente rivalizar com Bolsonaro, especialmente após a recente carta enviada por Trump, que mencionou a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros. “Agora, (Bolsonaro) manda o filho dele para os EUA, ‘vai lá pedir para o Trump me absolver’. E fica abraçado na bandeira americana, esse patriota falso. Nós vamos tomar a bandeira verde e amarela. A bandeira verde e amarela vai voltar a ser do povo brasileiro”, declarou durante um discurso.

Essa retórica não é apenas uma questão de posicionamento ideológico, mas uma estratégia calculada para rotular e deslegitimar os adversários políticos, especialmente a família Bolsonaro, ao associá-los a “traidores” dos interesses nacionais. Ao mesmo tempo, Lula e seu governo buscam se distanciar das taxas impostas por Trump, estabelecendo um contraste entre seus objetivos e os da gestão anterior, visando conquistar a confiança do eleitorado.

A repercussão nas redes sociais

A presença do verde e amarelo nas redes sociais também tem sido uma tática utilizada pelo governo nos últimos dias. Após uma operação da Polícia Federal envolvendo membros da gestão anterior, a mensagem de soberania foi reforçada nas plataformas digitais. Um vídeo intitulado “Sextou com S de Soberania” exaltou aspectos nacionalistas com a trilha sonora em ritmo de samba, buscando conectar o povo à ideia de que o Brasil é soberano e que os cidadãos devem ser respeitados.

Além disso, o governo utilizou um tom irônico para se manifestar nas redes sociais, particularmente após a abertura de uma investigação comercial pelos EUA contra o Brasil. Uma postagem destacou o sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, como algo que estava gerando ciúmes nos Estados Unidos, com um tom provocativo: “O Pix é nosso, my friend”.

Preparativos para a eleição de 2026

Ao mesmo tempo que o governo trabalha para reafirmar sua imagem de soberania, Lula também se posiciona como um forte candidato à reeleição em 2026. Durante uma visita às obras da Ferrovia Transnordestina no Ceará, afirmou que só tomaria uma decisão sobre sua candidatura em 2026, mas deixou claro seu desejo de concorrer. Ele se apresenta como a alternativa viável para impedir que o país retorne a lideranças que considera problemáticas, declarando: “não entregar o país de volta a um bando de malucos”.

Conclusão: O uso estratégico da bandeira

A estratégia de Lula em usar os símbolos patrióticos não é apenas uma falar vazia, mas sim um esforço consciente para minar a oposição e solidificar sua base de apoio, principalmente diante da crescente tensão com os EUA e as críticas à administração da família Bolsonaro. A investida pela valorização da bandeira verde e amarela tende a ser um elemento crucial no discurso político e nas ações do governo nos próximos meses, em um Brasil ainda polarizado e em busca de novas formas de mobilização política.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes