Brasil, 20 de julho de 2025
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Efeito Trump: países reavaliam estratégias de comércio mundial

A ofensiva comercial de Donald Trump desafia alianças globais, levando blocos a buscar novos mercados e repensar acordos

As ações tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm provocado uma reformulação nas estratégias comerciais internacionais. Sua conhecida “metralhadora tarifária” está impactando países e blocos, como a União Europeia, Mercosul, Ásia e o próprio Norte-Americano, que buscam alternativas para manter o crescimento econômico e a estabilidade geopolítica.

Reconfiguração das rotas do comércio internacional

Países tradicionais parceiros dos EUA, como Canadá e Japão, estão expandindo suas buscas por novos mercados, sobretudo na Ásia e na América Latina. O México, por exemplo, planeja intensificar negociações comerciais com a China, Índia e o próprio Brasil, enquanto tenta mitigar os efeitos das tarifas americanas, que chegaram a 32% sobre suas exportações em 2024. Segundo especialistas, essa busca por diversificação visa garantir previsibilidade e reduzir a dependência de Washington.

Desafios e oportunidades na Ásia

Na Ásia, a China se destaca como uma das nações mais preparadas para enfrentar esse cenário de incerteza. Com crescimento do seu mercado interno e esforços diplomáticos na África e América Latina, a China reforça parcerias estratégicas na região do Sudeste Asiático, incluindo acordos com países como Indonésia, Malásia, Vietnã, Japão e Coreia do Sul. Recentemente, esses países realizaram seu primeiro diálogo econômico em cinco anos, buscando fortalecer suas relações comerciais e de livre comércio, mesmo diante do atrito com os EUA.

Colaboração na Ásia e seu impacto global

De acordo com o professor de Direito Internacional da UFF e da FGV, Evandro Menezes de Carvalho, a busca por maior previsibilidade na diplomacia comercial da China é uma resposta ao conflito com Taiwan e ao temor de desordem econômica mundial. A China, reforça ele, tenta ampliar suas relações na África e na América Latina, além de aprofundar acordos na ASEAN, bloco que representa seu maior parceiro comercial na região, com fluxo de US$ 234 bilhões no primeiro trimestre de 2025.

Novas parcerias e adaptação do Mercosul

O Mercosul, sob a liderança de Lula – com a presidência do bloco até dezembro de 2025 –, busca acelerar negociações com o Oriente Médio, Emirados Árabes e a União Europeia. Mesmo amparado por disputas internas, o bloco tenta avanços em acordos de livre comércio, como o esperado com a UE e a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta). A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou a importância de aproximar parceiros durante encontro com o líder indonésio Prabowo Subianto, reforçando a ideia de que, em tempos de turbulência, alianças estratégicas são essenciais.

O cenário global e o papel das grandes potências

Enquanto isso, a China demonstra seu poder de resistência diante das tarifas dos EUA, retaliando com tarifas próprias e fortalecendo sua diplomacia comercial. Sua estratégia inclui também aprofundar relações na África, América Latina e no Sudeste Asiático, especialmente com países como Indonésia. Para o embaixador Marcos Caramuru, a atual situação favorece os acordos em curso e pode reequilibrar um mundo cada vez mais multipolar, onde as regras do comércio global tendem a se estabelecer de forma mais previsível.

O embaixador e professor Antonio Ortiz-Mena, da Universidade de Georgetown, alerta que o conflito na indústria do tomate, no México, exemplifica a complexidade da política externa de Trump. Com a sobretaxa de 17%, o setor quase entrou em colapso, ameaçando milhares de empregos e evidenciando que a desordem internacional tem custos elevados, além de abrir espaço para novas alianças na Ásia e na América Central.

Na análise de especialistas, a crise revela que, apesar das tensões, o cenário mundial caminha para uma maior diversificação de alianças e mercados, impulsionado por interesses econômicos e estratégicos. Afinal, a globalização, embora desafiada, resiste na busca por equilíbrio e previsibilidade diante das mudanças conduzidas por potências em ascensão e retrações.

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