Faltando apenas três anos para os Jogos Olímpicos de 2028 em Los Angeles, o clima de expectativa começa a tomar conta do Brasil. Embora a contagem regressiva não seja a mais emocionante até agora, o período que resta é equivalente a todo um ciclo olímpico após os Jogos de Tóquio. Desta vez, felizmente, não teremos adiamentos causados pela pandemia. Assim, temos uma oportunidade de reavaliar e fortalecer o esporte brasileiro. Los Angeles, ao contrário de uma cidade como Paris, está um pouco mais distante, mas a preparação já está em curso, como revela a mudança no programa “Ça Va, Paris”, agora denominado “Hello, LA”, que apresento ao lado de Fabi Alvim no SporTV.
Desempenho das seleções brasileiras
Competitivamente, as notícias são promissoras. As tradicionais seleções de vôlei estão classificadas para a fase decisiva da Liga das Nações, apresentando uma recuperação mais rápida do que o previsto na equipe masculina. No judô, embora não tenham conquistado ouro, o Brasil trouxe medalhas do Campeonato Mundial, demonstrando que a consistentemente boa performance ainda persiste. Por outro lado, a vela enfrenta desafios com a busca por novos talentos, após a separação das bicampeãs Martine e Kahena.
Nos esportes em ascensão, o surfe se destaca, com a possibilidade de três brasileiros garantirem vagas entre os cinco finalistas da temporada, incluindo o líder do ranking. O skate também continua a acumular pódios no circuito, aumentando a expectativa de medalhas. Além disso, modalidades como ginástica rítmica, wrestling, lançamento de dardo e salto com vara têm se mostrado competitivas, apoiadas por uma nova política de investimento anunciada pela diretoria do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que anunciou a intenção de levar uma delegação competitiva a Los Angeles, priorizando a qualidade em vez da quantidade de atletas inscritos.
Avanços financeiros e impacto no futuro do esporte
Uma das grandes notícias do ano pós-olímpico veio da área financeira. Na mesma semana em que celebramos a contagem de três anos até os Jogos, deputados e senadores aprovaram a lei que torna definitiva e aumenta os limites dedicados à destinação de parte do imposto de renda de empresas e cidadãos para projetos esportivos. A sanção presidencial, que deve ocorrer em breve, é um passo importante, já que a regulamentação anterior expiraria em 2027, um ano antes dos Jogos. O impacto desta medida não se restringe aos atletas olímpicos atuais, mas beneficia também as escolinhas, fundamentais para a formação de novos talentos.
A importância da nova geração
Historicamente, atletas que chegaram ao topo servem de inspiração para os mais jovens. Hoje, muitas meninas sonham em se tornar como Duda e Ana Patrícia, Bia Souza e Rebeca Andrade. As campeãs olímpicas não apenas representam uma elevação no interesse pelo esporte, mas também atraem publicidade e prestigiam suas modalidades. No entanto, é natural que competições em alto nível, como a do Mundial, possam ter sua performance afetada pela pressão envolvendo compromissos publicitários.
O retorno das competições após os Jogos traz desafios, incluindo o cansaço e necessidade de descanso, que nem sempre são possíveis de serem alcançados. Tati Weston-Webb, após conquistar a prata no surfe, afastou-se para priorizar sua saúde mental. Em contraste, Hugo Calderano superou frustrações e, em poucos meses, conquistou o vice-campeonato mundial no tênis de mesa. Cada atleta tem seu próprio tempo, e essa realidade é muitas vezes mais intensa para aqueles que admiramos. O tempo, para eles, é mais do que relativo; é um fator crítico que exige constante adaptação.
Reflexões finais
Com o ciclo olímpico repleto de reavaliações e novos investimentos, o Brasil se prepara para brilhar nos Jogos de 2028 em Los Angeles. A contagem regressiva nos lembra da importância de apoiar não apenas os atletas de elite, mas também as futuras gerações que darão continuidade ao legado esportivo brasileiro. Estamos a poucos passos de uma nova história nas Olimpíadas, e cada passo dado agora será crucial para os futuros sucessos nas competições.
