Brasil, 20 de julho de 2025
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Estudo revela que cães não julgam caráter humano com eficiência

Pesquisa com 40 cães mostra que eles não demonstram preferência por humanos generosos.

Recentemente, um estudo inovador realizado por pesquisadores da Universidade de Medicina Veterinária de Viena desafiou a noção comum de que os cães possuem a habilidade de julgar o caráter humano, especialmente em relação à generosidade. A pesquisa, que incluiu 40 cães de estimação, revelou que esses animais não apresentam preferências significativas por pessoas generosas em comparação com as que são avarentas. Após a realização de diversos testes, o resultado surpreendente sugere que as interações caninas são guiadas mais por respostas imediatas, como comida e atenção, do que por julgamentos morais complexos.

A pesquisa que questiona a sabedoria popular

Cães são frequentemente descritos como usuários proficientes de habilidades sociais, capazes de ler a natureza dos humanos ao seu redor. De acordo com a pesquisa divulgada, essa percepção é mais uma ilusão do que uma realidade. Para investigar essa questão, os cientistas dividiram cães de diferentes idades em grupos (jovens, adultos e idosos) e os expuseram a cenários onde interagiram com duas mulheres que demonstraram comportamentos generosos e egoístas em relação a outros cães.

Metodologia do estudo

No experimento, os cães foram observados em três condições diferentes: uma em que assistiram a duas mulheres interagindo com outro cão (eavesdropping), e outra onde eles mesmos interagiram com as mulheres em 12 testes distintos. A expectativa era que, ao experimentar diretamente os dois tipos de comportamento, os cães demonstrassem uma preferência clara pela mulher que oferecia generosidade.

Resultados surpreendentes: cães sem preferência definida

Os resultados revelaram que, independentemente da condição do teste ou da idade do animal, a maioria dos cães não mostrou qualquer preferência clara. Apenas três dos 40 cães demonstraram preferência estatisticamente significativa, e, curiosamente, um deles preferiu a pessoa egoísta. Essa evidência contraria a crença popular de que os cães entendem a generosidade humana e fazem escolhas com base nisso.

Os pesquisadores mediram ainda o tempo que os cães passaram mostrando comportamentos amigáveis, como se aproximar ou olhar para as mulheres. Neste aspecto, as preferências também não demonstraram correlação com a generosidade, solidificando a ideia de que os cães não fazem avaliações morais semelhantes às humanas.

Por que os cães não avaliam a generosidade?

Os cientistas propuseram algumas razões para essa indiferença dos cães. Ao longo da domesticação, os cães evoluíram para serem sociáveis e confiar amplamente nos humanos, o que pode ter diminuído sua habilidade de discernir entre comportamentos generosos e egoístas. Além disso, muitos cães de estimação vivem em lares onde a interação com seus donos é geralmente positiva, recebendo atenção e alimento, independentemente de seus comportamentos. Portanto, situações de recompensa parecem ter menos importância para a construção de julgamentos morais.

Ademais, o design do experimento pode não ter sido significativo o suficiente para que os cães se dedicassem a uma avaliação social mais detalhada, já que os caninos estavam bem alimentados e não viam uma grande ameaça ou benefício em escolher entre generosidade e egoísmo.

Implicações para os donos de cães

Embora o estudo não indique que os cães não podem aprender a respeito do comportamento humano ou formar laços com as pessoas, ele sugere que esses animais não realizam o tipo de avaliação social complexa que muitos donos acreditam que eles fazem. A habilidade dos cães em entender a linguagem corporal e as emoções humanas ainda é inegável, mas essa pesquisa sublinha que a percepção da generosidade pode não ser uma parte do repertório de habilidades sociais caninas.

Os detalhes do estudo estimulam os donos a questionarem a maneira como interpretam os comportamentos de seus cães em relação a outros humanos e como essas interações devem inspirar um entendimento mais prático e menos idealista sobre a inteligência canina.

Como pode ser visto, a pesquisa trouxe à tona questionamentos relevantes sobre a natureza dos laços entre cães e humanos e como as relações são moldadas por interações diretas ao invés de julgamentos morais baseados em ações como a generosidade.

Por fim, ao entender que os cães navegam suas relações sociais de maneira diferente dos humanos, fica claro que a sua lealdade e carinho se baseiam em suas experiências diretas e interações imediatas com as pessoas ao seu redor.

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