Após ataque a Holy Family Church, a única igreja católica de Gaza, que deixou três mortos e mais de 600 pessoas refugiadas no local, a situação humanitária na região agravou-se. O diretor da Missão Pontifícia, Joseph Hazboun, concedeu entrevista ao “EWTN News Nightly” em 18 de julho, manifestando preocupação com os efeitos do conflito e pedindo por maior pressão para o fim da guerra.
Reação internacional e apelo pelo cessar-fogo
Hazboun destacou que, após a ligação do Papa Leo XIV com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o pontífice reforçou o apelo por uma trégua imediata. “Esperamos que mais pressão seja exercida para acabar com essa guerra trágica e sem sentido, que já cobrou muitas vidas”, afirmou o representante da missão pontifícia.
O Papa Leo XIV também se manifestou por meio de telegrama e nas redes sociais, exigindo o cessar-fogo após o ataque que destruiu a igreja, e lamentou as vítimas. Segundo Hazboun, a comunidade internacional reagiu com solidariedade ao ataque, considerado por ele “muito importante”.
Declarações sobre o ataque e sua repercussão
O exército de Israel afirmou que a Igreja da Sagrada Família foi atingida “por engano” e expressou “arrepender-se” pelos danos causados. As Forças de Defesa de Israel (IDF) comunicaram que o impacto ocorreu por fragmentos de uma shell, e que a igreja tem servido como abrigo para mais de 600 civis, incluindo católicos, ortodoxos e muçulmanos.
“A causa do incidente está sendo analisada”, informou a IDF, garantindo que suas ações visam apenas alvos militares e que esforços para reduzir danos a estruturas civis são constantes. Hazboun destacou que o ataque teve repercussões globais, com grande mobilização de solidariedade internacional, algo que ele considerou positivo.
Contribuições humanitárias e situação de Gaza
O diretor da missão pontifícia revelou que a organização tem atuado há décadas na Gaza, oferecendo água, alimentos e apoio psicológico a mães e crianças, em parceria com entidades locais. Recentemente, foi possível fornecer vegetais frescos e farinha, produtos escassos na região devido à guerra. Hazboun comentou que, infelizmente, pessoas morreram enquanto buscavam esses alimentos, inclusive nas zonas de distribuição.
Antes do conflito iniciado após os ataques de 7 de outubro de 2023, Gaza contava com cerca de 17 centros de assistência, incluindo hospitais, escolas e centros culturais. “Era uma comunidade vibrante, mas muitos desses espaços foram alvo durante a guerra e atualmente estão inoperantes”, lamentou Hazboun.
Perspectivas para o futuro e esperança cristã
Apesar do clima de destruição, Hazboun manifestou confiança de que muitos cristãos permanecerão na Gaza. Ele destacou que a mensagem da Missão Pontifícia aos jovens é de esperança, de que Gaza continue a ser sua casa, e que a ajuda humanitária continuará enquanto for possível.
“Se decidirem que não têm mais futuro em Gaza, respeitamos a decisão, rezamos por eles e desejamos bênçãos de Deus onde quer que escolham ir”, afirmou. A organização reforça seu compromisso de apoiar a população local, mesmo em cenário de conflito e adversidade.