Brasil, 19 de julho de 2025
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Café brasileiro de alta qualidade não fica mais no país

O Brasil exporta grande parte do seu café de alta qualidade, reforçando o desenvolvimento do setor e a valorização do produto nacional

Apesar do aumento na produção de cafés especiais no Brasil, a maior parte do café de alta qualidade produzido no país é destinada à exportação, especialmente a mercados como Europa, EUA e Ásia, conforme destaca o setor. A mudança na percepção e na qualidade do café brasileiro é resultado de mais de três décadas de avanços na fiscalização, certificação e valorização da produção nacional.

Como o Brasil reforçou a qualidade do café

Nos anos 1980, o cenário era diferente. O controle estatal era precário, e a qualidade do café muitas vezes ficava comprometida por fraudes, mistura de grãos e baixa fiscalização, conta o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Pavel Cardoso. Naquela época, até 30% do café comercializado continha impurezas, uma situação que só começou a melhorar após a transferência do controle para o setor privado, em 1989, explica Cardoso.

O estabelecimento do Selo de Pureza da Abic, com campanhas icônicas como a estrelada por Tarcísio Meira, ajudou a consolidar a reputação do café brasileiro. Além disso, as regulamentações atuais, como o padrão de qualidade de 2022 para o café torrado, fortalecem o controle sobre o produto, garantindo que os pacotes tenham, no máximo, 1% de impurezas ou matérias estranhas, segundo o Ministério da Agricultura.

A evolução do mercado de cafés especiais

Desde os anos 1990, o Brasil investe na produção de cafés especiais, com grãos 100% maduros e livres de defeitos, segmento que hoje representa 15% do que é consumido internamente, uma evolução significativa em relação a 1% em 2015. Esses cafés são mais valorizados em mercados de renda mais alta, como EUA, Europa, Japão e Coreia do Sul, revela Vinicius Estrela, diretor-executivo da BSCA.

Embora o Brasil seja reconhecido mundialmente por sua produção de cafés de alta qualidade, a maior parte é exportada devido ao seu valor agregado e ao mercado externo mais exigente. No país, o consumo interno ainda representa uma pequena parcela da produção de cafés especiais, mas vem crescendo com a valorização do produto local.

Histórico de controle e melhorias na qualidade

Nos anos 80, a fiscalização era ineficiente, e o controle de qualidade dependia do Instituto Brasileiro do Café (IBC), que até 1989 tinha uma atuação limitada. Com o fim do órgão e a criação da Abic, as certificações e auditorias passaram a assegurar a integridade do padrão, além de campanhas publicitárias que reforçaram a imagem do café brasileiro.

Atualmente, as análises de qualidade incluem inspeções microscópicas, avaliação sensorial, auditorias de boas práticas e monitoramento nas gôndolas, garantindo que o produto mantenha seus padrões mesmo após a certificação. O controle mais rigoroso tem incentivado agricultores e indústrias a investirem em qualidade, impulsionando a produção de cafés premiados internacionalmente.

Perspectivas futuras para o setor

Com as regulamentações atuais, o Brasil reforça sua reputação de produtor de cafés de alta qualidade, mesmo com a maior parte do produto sendo exportada. A tendência é de aumento na valorização dos cafés especiais e de maior reconhecimento no mercado global, beneficiando tanto os agricultores quanto a economia brasileira.

Assim, o café de alta qualidade que o Brasil produz continua a conquistar mercados internacionais, consolidando sua posição no topo do mercado global de cafés especiais, enquanto o consumo interno também cresce, impulsionado pela valorização do produto nacional.

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