Mesmo com a forte concorrência do Pix, as principais big techs continuam fortalecendo sua presença no mercado brasileiro de pagamentos digitais. Google Pay e WhatsApp Pay já se integram ao sistema criado pelo Banco Central, oferecendo pagamentos por Pix dentro de seus ecossistemas, o que destaca a relevância do Brasil nesse segmento estratégico.
Integração ao Pix impulsiona estratégias das big techs
Enquanto o Pix movimentou mais de R$ 30 trilhões em 2024, as carteiras digitais das grandes empresas de tecnologia mantêm seu investimento no país. Segundo o Banco Central, a integração do Pix ao Google Pay e ao WhatsApp Pay amplia a adesão dos brasileiros às plataformas digitais, facilitando transações e fortalecendo a jornada de digitalização.
Potencial estratégico do Brasil para as big techs
O Google destaca que o Brasil é um mercado estratégico, já que os brasileiros são usuários frequentes de novas tecnologias. A participação na evolução do Pix e o lançamento de produtos que utilizam o sistema reforçam o compromisso da empresa no país. Mesmo sem divulgar números de investimentos específicos, o Google considera o Brasil uma prioridade em sua estratégia global de pagamentos.
O WhatsApp, pertencente ao Meta, lançou em 2023 funcionalidades que permitem transferências de valores para empresas dentro do próprio aplicativo, facilitando o pagamento via Pix e cartões de crédito ou débito. Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs, lembra que a participação das carteiras digitais no ambiente regulado do Pix implica em benefícios e riscos, incluindo questionamentos internacionais sobre a segurança do sistema.
Facilidades e inovações no uso do Pix pelas big techs
Para facilitar o uso do Pix, o Banco Central criou a figura do iniciador de pagamentos, permitindo pagamentos entre partes sem a necessidade de conta transacional. Além disso, produtos como o Google Pay estão integrados ao sistema de pagamentos por aproximação (NFC), como já ocorre na Índia com o UPI, um sistema semelhante ao Pix.
O Google também participa do desenvolvimento de novas funcionalidades, como pagamentos pelo navegador Chrome e pela ferramenta de pesquisa por imagens, o Lens. Desde junho, pelo menos 500 lojistas de comércio eletrônico já adotam essas soluções, ampliando a utilização do Pix por diferentes plataformas.
Mercado brasileiro como referencial global
Especialistas indicam que o Brasil serve como campo de prova para inovações tecnológicas que podem ser adotadas em outros países do Brics. Arthur Igreja, especialista em inovação digital, aponta que a preocupação do governo americano com o Pix pode estar relacionada ao temor de que o sistema se torne uma ferramenta padrão dos países emergentes, especialmente durante a configuração de moedas alternativas ao dólar, como o UPI na Índia.
Desafios e perspectivas futuras
Embora o Google, o WhatsApp e outras empresas globais ampliem sua presença, desafios permanecem, como a penetração e o uso de processos de pagamento no segmento mais amplo, incluindo o nicho de consumidores de alta renda com maior adesão ao Apple Pay. A Apple, que não integra o sistema Pix ao Apple Pay, expandiu seu ecossistema de pagamento no Brasil com o recurso Tap To Pay on iPhone, com previsão de atingir 80% das lojas online até 2026.
O mercado de pagamentos digital no Brasil mostra uma combinação de forte potencial de crescimento e competitividade. A participação das big techs no sistema do Banco Central reforça o papel do Pix como uma ponte entre inovação tecnológica e prática financeira cotidiana, consolidando-se como uma das principais alternativas de pagamento no país.
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