O Pix, sistema de pagamentos criado pelo Banco Central do Brasil em novembro de 2020, virou referência internacional de inovação e agilidade financeira. Segundo estudo da Zetta, associação que reúne as principais fintechs do mercado, o sucesso do sistema brasileiro atrai atenção global e já serve como modelo para outros países, como a Colômbia, que lançará o Bre-B em setembro.
Pix: o sistema que domina o cenário mundial
O estudo da Zetta aponta que o Pix lidera entre os meios de pagamento instantâneo em diversos países, tanto em quantidade de operações por pessoa quanto em volume de recursos transacionados em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Até novembro de 2024, o sistema realizou 373 transações por habitante e movimentou 226% do PIB do Brasil, números que colocam o Pix à frente de outros sistemas internacionais.
Comparações globais e casos de sucesso
Entre os principais concorrentes do Pix no ranking mundial estão sistemas da Índia, Suíça, Austrália, México, Costa Rica, Tailândia, Tanzânia e Uganda. A Tailândia, por exemplo, possui o sistema PromptPay, que também impulsionou transferências sociais e chegou a superar o Pix em valores transacionados em relação ao PIB, quando considerados seus oito anos de operação. No entanto, o PromptPay é limitado principalmente às transferências entre contas bancárias dentro do mesmo banco.
Já a Coreia do Sul, pioneira em pagamentos instantâneos em 2001, possui um sistema com alta adesão, especialmente para transferências intrabancárias, atingindo um volume de transações que ultrapassa mil por cento do PIB do país. Segundo o Banco Mundial, mais de 120 países possuem meios de pagamento instantâneo atualmente.
Por que o Pix é destaque mundial?
De acordo com a economista-chefe da Zetta, Rafaela Nogueira, o Pix é o sistema mais avançado atualmente. “Ele congrega a possibilidade de fazer transferências para qualquer pessoa, de qualquer lugar, para qualquer finalidade, em qualquer hora, de forma rápida e gratuita na maior parte dos casos”, afirma.
O sistema brasileiro diferencia-se por sua versatilidade e adaptação contínua, proporcionando funções como Pix automático, pagamento de contas e coleta de impostos, além do lançamento da função crédito previsto para setembro. Além disso, o Pix consolidou-se como a forma de pagamento mais utilizada no Brasil, superando dinheiro em espécie e cartões em número de transações.
Impactos e reconhecimento internacional
Segundo Mariana Cunha e Melo, fundadora e presidente da Labrys, o estudo reforça a percepção de que o Pix é o mais avançado do mundo. “O sistema brasileiro é o único que combina rapidez, abrangência e uma estratégia de negócios que permite às instituições financeiras ganhar receita oferecendo soluções ao comércio e aos consumidores”, destaca.
O sucesso também despertou interesse de outros reguladores e bancos centrais, com o Federal Reserve dos EUA, por exemplo, trocando impressões com o Banco Central do Brasil para desenvolver o FedNow, sistema que apresenta diferenças em seu desenho, mas que busca alcançar objetivos similares de agilização dos pagamentos.
O futuro das transações instantâneas
O estudo da Zetta demonstra que o Pix já é um modelo de referência para diversos países. A Colômbia, por exemplo, pretende lançar o Bre-B inspirado no sistema brasileiro, consolidando a exportação de inovação no setor financeiro. Segundo Breno Lobo, do Banco Central, a velocidade de adoção e a abrangência do Pix são inéditas, e representam uma transformação profunda no mercado financeiro global.
Para Rafaela Nogueira, o reconhecimento internacional do Pix confirma sua posição como inovação brasileira de destaque. “Mais que um sistema de pagamento, o Pix é uma referência de inclusão financeira, inovação e eficiência, que alerta países de todas as regiões para o potencial de suas próprias soluções financeiras”, afirma.
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