Com a possibilidade de tarifas elevadas sobre importações da Coreia do Sul, consumidores americanos têm comprado em grande quantidade produtos de beleza coreanos, como delineadores e protetores solares. Estimativas indicam que esse comportamento, motivado pelo temor de aumento nos preços, começou de forma intensa após anúncios do governo dos EUA sobre tarifas comerciais.
Impacto das tarifas na indústria K-beauty e nas compras dos EUA
Desde abril, influenciadores nas redes sociais vêm exibindo suas compras de grande volume, refletindo o medo de que preços mais altos possam entrar em vigor a partir de agosto. Taylor Bosman Teague, uma influenciadora em TikTok com meio milhão de seguidores, afirmou que não está disposta a abrir mão de produtos coreanos para cuidados com a pele, enquanto exibia seus itens em vídeo.
A indústria de K-beauty, que cresce paralelamente à popularidade do K-pop e dos dramas coreanos, teve exportações recordes no primeiro semestre de 2025, atingindo US$ 5,5 bilhões — um aumento de quase 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o Ministério de Alimentos e Segurança de Medicamentos da Coreia do Sul.
Reações e perspectivas da indústria de cosméticos coreana
Empresas como a Amorepacific, maior do setor na Coreia, viram suas vendas internacionais subir 40% em um ano. Especialistas apontam que os consumidores nos EUA têm realizado compras antecipadas ou pedem para amigos e familiares trazerem produtos da Coreia do Sul na viagem, diante das incertezas nas negociações comerciais.
Rob Handfield, professor na Universidade Estadual da Carolina do Norte, destacou que as negociações comerciais seguem estagnadas, com Seul enviando seus representantes para Washington, mas sem resultados concretos até o momento. “Ficou claro que não há possibilidades de resolver algo antes do prazo de 1º de agosto”, afirmou.
O que pensam os influenciadores e o setor de beleza
Influenciadores como Liah Yoo, fundadora da marca KraveBeauty nos EUA, alertaram para o impacto que tarifas podem ter sobre a indústria da beleza, dada a dependência de produtos formulados na Coreia. Yoo também vê de forma positiva o efeito potencial das tarifas: um incentivo para que empresas foquem mais no valor do que no preço baixo.
Para fãs da K-beauty, os produtos oferecem excelente custo-benefício e são considerados mais leves, menos agressivos e com embalagens modernas. Esther Lee, empresária de Los Angeles, revelou que sua rotina de maquiagem é composta por cerca de 80% de produtos coreanos, e que, se os preços subirem, comprará em maior quantidade na Coreia ou pedirá para amigos trazerem os itens.
Negociações comerciais e o futuro das importações
As negociações entre EUA, Coreia do Sul e Japão permanecem travadas. Seul enviou seu negociador principal a Washington, mas de lá voltou sem avanços concretos. Assim, a expectativa é que o impasse persista até o prazo final de 1º de agosto, afetando potencialmente o mercado de cosméticos.
Sophie He, estudante de 27 anos na Califórnia, afirmou que continuará estocando produtos coreanos, apesar da possível alta de preços, pois valoriza a qualidade e a leveza das fórmulas, além de seu disfrute na rotina de beleza.
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