Em 17 de julho, a Catholic Charities Fort Worth (CCFW) anunciou que continuará à frente do escritório de refugiados no Texas até setembro de 2026, revertendo decisão anterior de sair este ano. A medida visa evitar prejuízos ao fornecimento de serviços cruciais para mais de 118 mil refugiados apoiados pelo governo federal.
Decisão visa proteger financiamento federal de US$ 200 milhões
A retomada ocorreu após clamores de cerca de 60 provedores de serviços de refugiados em todo o Texas, que alertaram que a saída da CCFW colocaria em risco recursos essenciais destinados a programas que atendem às necessidades de refugiados, incluindo assistência médica, legal e social.
Originalmente, a organização tinha planejado renunciar ao papel de designada estadual do Texas para o escritório de refugiados em outubro, após a retirada do estado do programa de reassentamento de refugiados pelos procedimentos do governador Greg Abbott em 2016. Essa decisão gerou rápida repercussão, comalertas de que a interrupção afetaria serviços vitais.
Impactos e descontentamento do setor
Kimberly Haynes, diretora do Church World Service no Texas, afirmou à Houston Chronicle que a saída precoce da CCFW poderia obrigar sua organização a demitir funcionários e fechar programas essenciais, incluindo assistência financeira, médica, jurídica e de integração social, afetando 80% dos serviços nas regiões de Dallas e Houston. “Fazer isso nesse clima não é ético”, declarou Haynes, que pediu à CCFW mais um ano de atuação.
Reflexões e reversão da CCFW
Em nota, o presidente e CEO da CCFW, Michael Iglio, explicou que a decisão de permanecer até setembro de 2026 foi tomada após uma reflexão aprofundada e o feedback de provedores. “Reconhecemos que uma retirada antecipada poderia causar sérios desajustes nos serviços”, afirmou, destacando o compromisso de garantir uma transição responsável.
A iniciativa também busca proteger recursos diante de um ambiente de financiamento instável, marcado por uma disputa judicial da organização contra a administração Trump e o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., envolvendo o congelamento de US$ 36 milhões em fundos — incidente que evidenciou a vulnerabilidade financeira dos programas de refugiados.
Contexto de desafios para refugiados no cenário atual
As dificuldades aumentaram desde a segunda administração Trump, que, em janeiro, congelou o Programa de Admissão de Refugiados dos EUA, interrompendo cerca de US$ 100 milhões destinados a Houston e região. Consequentemente, a Arquidiocese de Galveston-Houston layou 120 funcionários em fevereiro, prejudicando o atendimento a refugiados.
Princípios da Igreja e apoio às políticas de imigração
Os princípios sociais católicos, baseados em Mateus 25:35, fundamentam o compromisso da CCFW com os refugiados. A organização declarou que sua permanência reflete o respaldo da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, que advoga por políticas migratórias mais humanitárias, conforme informações disponíveis na plataforma de advocacia da USCCB.
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