O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi preso na última sexta-feira e agora está sob vigilância com uma tornozeleira eletrônica, temendo que pudesse deixar o país, conforme relatórios locais. Esta é uma reviravolta significativa para o político que liderou o Brasil de 2019 a 2022 e se viu envolto em uma série de controvérsias e processos legais desde que deixou o cargo.
Ação da polícia federal e medidas cautelares
A Polícia Federal do Brasil executou mandados de busca em sua residência e na sede do Partido Liberal, com a autorização da Suprema Corte do país. O pedido de busca fazia parte de uma investigação em curso sobre tentativas de golpe e outras atividades ilegais que supostamente envolvem Bolsonaro. O ex-presidente estava em sua casa no Jardim Botânico, em Brasília, quando os policiais chegaram.
Como parte das medidas cautelares, Bolsonaro será monitorado 24 horas por dia e terá seu acesso às redes sociais revogado. Além disso, ele estará proibido de se comunicar com seu filho, Eduardo Bolsonaro, e deverá permanecer em casa das 19h às 7h. O ex-presidente também não poderá ter contato com embaixadores estrangeiros e outros réus investigados pela Suprema Corte.
Bolsonaro e o apoio de Donald Trump
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, expressou seu apoio a Bolsonaro em uma carta publicada em sua conta no Truth Social. Trump afirmou: “Eu vi o tratamento terrível que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto”. Ele pediu o término imediato do processo, alegando que Bolsonaro é uma vítima de uma “caça às bruxas”. Trump também criticou o governo brasileiro por supostamente limitar a liberdade de expressão com a ação contra Bolsonaro.
O ex-presidente dos EUA disse que as tarifas impostas ao Brasil foram, em parte, por sua desaprovação em relação ao tratamento de Bolsonaro, manifestando seu desejo de que o governo brasileiro “mude de direção” e “pare de atacar opositores políticos”.
Resposta de Bolsonaro
Após sua prisão, Bolsonaro falou com a imprensa, afirmando que “nunca pensou em deixar o Brasil”. Ele criticou as acusações contra ele, dizendo que, em sua opinião, o objetivo dessas ações é a “humilhação suprema”.
Motivos das acusações contra Bolsonaro
As acusações contra o ex-presidente são graves e incluem alegações de que ele liderou uma organização criminosa armada, procurou estabelecer um golpe e tentou abolições violentas da ordem democrática. A defesa de Bolsonaro deve apresentar suas alegações nos próximos dias, após o que os ministros do Supremo Tribunal Federal decidirão seu destino.
Uma condenação por conspiração para golpe pode resultar em uma pena de até 12 anos de prisão, e com possíveis condenações em outras acusações, Bolsonaro pode enfrentar várias décadas atrás das grades. Apesar da severidade das alegações, Bolsonaro nega todas as acusações, caracterizando-as como perseguições políticas.
Com as tensões políticas no Brasil aumentando e a situação de Bolsonaro se complicando, o futuro político do ex-presidente e do país pode ser profundamente impactado. O desdobramento deste caso e suas implicações para a democracia brasileira serão observadas de perto, tanto a nível nacional quanto internacional.