Brasil, 19 de julho de 2025
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Dia turbulento de Jair Bolsonaro: tornozeleira e restrições

Jair Bolsonaro vive um dia difícil com restrições judiciais, uso de tornozeleira eletrônica e apoio de aliados após operação da PF.

Nesta sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentou um dos momentos mais conturbados desde que deixou o Palácio do Planalto. Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), o político iniciou o cumprimento de uma série de restrições judiciais, incluindo o uso de uma tornozeleira eletrônica, conforme ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Instalação da tornozeleira e reações

Acompanhado de seus advogados e seguranças, Bolsonaro compareceu à sede da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) na manhã desta sexta para instalar o dispositivo de monitoramento em sua perna esquerda. O ex-presidente, que viu a cena como uma “humilhação suprema”, repetiu esse sentimento em entrevistas e encontros informais com apoiadores, optando por não mostrar o equipamento durante essas conversas.

“Estou no cadafalso. A hora que o soberano, Alexandre de Moraes, achar que tem que chutar o banquinho, ele chuta”, declarou Bolsonaro em uma entrevista à Reuters, refletindo um sentimento de impotência diante da situação.

O dia no PL: entrevistas e apoio político

Após a instalação da tornozeleira, Bolsonaro dirigiu-se à sede do Partido Liberal (PL) em Brasília. Chegou por volta das 11h e, segundo informações, seu gabinete havia sido revistado por agentes da PF apenas duas horas antes. Durante a tarde, o ex-presidente concedeu duas entrevistas e recebeu aliados, além de almoçar uma refeição fornecida por seus apoiadores.

O ambiente na sede do PL foi interpretado como um ‘refúgio’ para Bolsonaro, que busca manter um certo nível de atividade política e imagem diante das imposições judiciais. Do lado de fora, em sua residência, a Polícia realizou buscas e apreendeu um pen drive, dinheiro em espécie e seu celular.

Restrições judiciais e as respostas da oposição

As restrições impostas incluem a prohibição de contato com outros investigados e o acesso a redes sociais, além de não poder sair de casa entre 19h e 7h. Essas medidas foram motivadas por indícios de que Bolsonaro, junto com seu filho Eduardo, tentava pressionar autoridades americanas a interferir no sistema de Justiça brasileiro. O ex-presidente também cancelou um almoço com representantes de uma embaixada estrangeira devido a essas restrições.

A oposição bolsonarista reagiu com uma ata classificando as ações do STF como “ameaças à democracia”. Eles planejam uma coletiva de imprensa para reafirmar seu compromisso com a Constituição e criticar os excessos do Judiciário. A situação provocou um mobilização de parlamentares que, mesmo durante o recesso parlamentar, estão retornando à capital para apoiar Bolsonaro.

Narrativa de perseguição política

Enquanto isso, o círculo próximo a Bolsonaro alimentou a narrativa de perseguição política, comparando os eventos atuais ao que acontece em regimes autoritários. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) usou uma frase do guru Olavo de Carvalho para exemplificar o que ela vê como perseguição à democracia.

Bolsonaro permaneceu firme em sua posição, alegando que as ações de Moraes foram deliberadas e intencionais para lhe causar danos políticos, aproveitando-se do recesso do Congresso Nacional para agir.

Esse dia turbulento representa não apenas uma nova fase na vida de Jair Bolsonaro, mas também uma demonstração clara do impacto que as decisões judiciais podem ter sobre a política brasileira, enquanto o ex-presidente tenta equilibrar sua posição e as pressões externas que enfrenta.

À medida que os desdobramentos da situação continuam, os próximos dias serão cruciais para entender como Bolsonaro poderá reagir e que caminhos tomará diante de suas novas restrições.

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