Uma tragédia ambiental ocorreu na última quinta-feira (17) quando uma baleia-jubarte foi encontrada morta na Praia das Amendoeiras, localizada em Ponta dos Castelhanos, na Ilha de Boipeba, um famoso destino turístico no baixo sul da Bahia. De acordo com a Prefeitura de Cairu, o animal apresentava sinais avançados de decomposição, indicando que já teria chegado sem vida ao local.
Procedimentos adotados pelas autoridades
Imediatamente após a descoberta, a administração da Ilha de Boipeba contatou o Projeto Baleia Jubarte e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para orientações sobre os passos adequados a serem tomados. Com a autorização do Inema, decidiram enterrar a baleia em uma área afastada da praia, seguindo as recomendações técnicas para evitar riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
O Projeto Baleia Jubarte foi igualmente acionado para ajudar na identificação da espécie e coletar informações relevantes sobre o caso, contribuindo para um melhor entendimento das circunstâncias que levaram à morte do animal.
Temporada de avistamento de baleias-jubarte
A identificação da baleia ocorre em um momento significativo, uma vez que a temporada 2025 de avistamento das baleias-jubarte começou oficialmente no dia anterior, em 16 de julho. Durante este período, que se estende até novembro, os turistas têm a oportunidade de observar essas majestosas criaturas em diversos pontos da Baía de Todos-os-Santos, incluindo áreas populares como o Rio Vermelho, em Salvador, e durante as travessias para Morro de São Paulo.
O coordenador do Projeto Baleia Jubarte em Salvador, Gustavo Rodamilans, ressalta a importância do turismo de observação, que oferece aos visitantes uma experiência única de conexão com a natureza. “A expectativa é que consigamos continuar nosso trabalho de pesquisa realizado na Bahia, além de monitorar esses animais em outras partes da costa brasileira”, comenta Rodamilans.
Observação das baleias no litoral baiano
O Projeto, que registrou 1.012 avistamentos de baleias durante a temporada anterior, está instalado no Museu Náutico da Bahia, próximo ao Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos de Salvador. Rodamilans destaca a importância da localização para sensibilizar ambientalmente os visitantes sobre a conservação das espécies marinhas.
Para quem deseja observar as baleias de perto, é possível participar do “Turismo de Observação de Baleias” com operadoras parceiras do projeto, como a SharkDive e a Apolônio Turismo. No entanto, o projeto alerta que é crucial manter uma distância mínima de 100 metros das baleias para evitar acidentes, garantindo a segurança dos animais e dos turistas.
Crescimento da população de baleias-jubarte
Estima-se que, neste ano, a população de jubartes alcance cerca de 35 mil indivíduos, um número expressivo que reflete o sucesso dos esforços de conservação. Em 1970, a situação era alarmante, com a população de jubartes no Brasil restrita a apenas mil indivíduos. A proibição da caça e o empenho de pesquisadores e ambientalistas têm sido fundamentais para a recuperação dessas magníficas criaturas no litoral brasileiro.
A morte da baleia encontrada na praia de Boipeba serve como um lembrete da necessidade contínua de vigilância e esforços de conservação. Enquanto isso, a temporada de avistamento de baleias-jubarte traz esperança e emoção tanto para pesquisadores quanto para turistas que buscam viver a experiência de observar estes impressionantes animais em seu habitat natural.
Para mais informações sobre as baleias e ações de conservação, o Museu Náutico da Bahia é um excelente ponto de partida para quem deseja se informar e participar do turismo responsável na região.
Para mais detalhes sobre a programação e eventos relacionados à temporada, consulte a cobertura do g1 Bahia e mantenha-se atualizado sobre as iniciativas de preservação.
