O presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson (R-La.), finalmente se posicionou de forma diferente do ex-presidente Donald Trump a respeito dos arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. Em entrevista na terça-feira ao podcaster conservador Benny Johnson, Johnson defendeu a necessidade de transparência na investigação, pedindo que todos os documentos sejam tornados públicos e que “o povo decida” seu conteúdo.
Repúdio a obstáculos na liberação dos arquivos de Epstein
As declarações de Johnson ocorrem uma semana após o Departamento de Justiça e o FBI anunciarem que não liberarão novos arquivos no caso Epstein, alegando ausência de evidências de que Epstein tivesse uma lista de clientes para chantagear figuras influentes ou de que sua morte não tenha sido um suicídio.
Trump, que anteriormente se posicionou a favor da privacidade dos documentos, reforçou essa postura neste final de semana, defendendo Daysa Bondi, Procuradora-Geral Adjunta, e pedindo que seus apoiadores “sigam em frente”. Na terça-feira, Trump amenizou sua postura, sugerindo que Bondi “deva liberar aquilo que ela julgar confiável”.
Johnson manifesta apoio ao discurso de Trump e pede esclarecimentos
Apesar de manter sua confiança em Trump, Johnson disse que “nunca se posicionou de forma tão pública contra o presidente” em uma questão. Ele afirmou que concorda com a necessidade de “divulgar tudo”, acrescentando que Bondi deve esclarecer a referência que fez a uma lista de clientes de Epstein em sua mesa, algo que ela teria mencionado em ocasiões passadas.
Segundo a assessoria da Casa Branca, a secretária de Imprensa Karoline Leavitt afirmou que Bondi se referia a “todo o material relacionado ao caso Epstein”, e não a uma lista específica. Johnson destacou que “ela precisa explicar isso a todos”, reforçando sua postura de transparência.
Repercussões e disputa política
As declarações de Johnson refletem a resistência de Wyatt a uma transparência total, ainda que admita a preocupação com a divulgação de materiais sensíveis. O episódio evidencia o embate interno entre apoiadores de Trump e o Congresso, com republicanos tentando equilibrar a lealdade ao ex-presidente e uma imagem de transparência diante do escândalo Epstein.
Na terça-feira, foi proposto pelo deputado democrata Ro Khanna um projeto que obrigaria a liberação de documentos do Departamento de Justiça relacionados à investigação Epstein. A medida foi bloqueada pelos republicanos, incluindo Johnson, que alegaram motivos de segurança nacional e privacidade.
Peticões por investigação completa
Em meio ao impasse, a deputada Lauren Boebert (R-Colo.) solicitou a nomeação de um conselheiro especial para descobrir “a verdade sobre os arquivos Epstein”, mencionando a investigação de seu anterior colega, o ex-deputado Matt Gaetz, que deixou o Congresso após alegações de má conduta sexual.
Esse conflito revela a pressão crescente tanto de apoiadores quanto de opositores de Trump por uma investigação mais aprofundada, enquanto os republicanos tentam limitar a divulgação de arquivos que podem incluir nomes de figuras influentes no esquema de Epstein.
As próximas semanas prometem definir o rumo dessa controvérsia, que pode impactar a imagem de figuras políticas e revelar detalhes obscuros das investigações.
[Esta matéria originalmente foi publicada no HuffPost](https://www.huffpost.com/entry/mike-johnson-trump-jeffrey-epstein_n_6876d195e4b0bdf6e2f0ee03).