No último dia 17 de julho, Castel Gandolfo foi palco de um significativo encontro ecumênico, quando o Papa Leão XIV recebeu peregrinos ortodoxos gregos, católicos bizantinos e católicos latinos dos Estados Unidos. Esta reunião faz parte de uma peregrinação que busca fortalecer os laços de comunhão entre as diversas tradições cristãs, num momento em que a unidade é mais necessária do que nunca.
Um chamado à esperança e à comunhão
Durante a reunião, o Papa expressou seu contentamento em acolher os peregrinos no Palácio Apostólico. Ele destacou a importância da viagem, que representa um retorno às raízes da fé e aos lugares sagrados significativos, como os túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma e do apóstolo André em Constantinopla. “É uma honra ter vocês aqui, neste lugar maravilhoso, e estarem juntos na celebração de nossa fé”, declarou o Papa.
A peregrinação, que ocorre no ano em que se celebra o 1700º aniversário do Concílio de Niceia, é emblemática, pois representa um tempo de reflexão sobre a importância da unidade no cristianismo. O Papa lembrou aos participantes que o Credo de Niceia continua a ser um patrimônio comum que une todas as igrejas cristãs, e exaltou a coincidência entre os calendários litúrgicos oriental e ocidental, que permitiu a celebração conjunta da Páscoa neste ano.
A importância da luta contra a violência
O Papa também abordou o tema da esperança cristã, fazendo um apelo à paz e à compaixão. “Sabemos que nenhum grito das vítimas inocentes da violência ficará sem eco. Nossa esperança está em Deus, que nos chama a ser testemunhas e portadores de esperança em um mundo que tanto precisa”, afirmou. Ele lembrou que os cristãos têm a missão de espalhar o amor e a consolação, assim como o Bom Samaritano, que derramou óleo e vinho sobre as feridas da humanidade.

Rumo à unidade plena
Ao mencionar a visita dos peregrinos a Constantinopla, o Papa pediu que enviassem suas saudações ao Patriarca Bartolomeu, refletindo o desejo de reencontrá-lo em futuras celebrações ecumênicas. Ele destacou a importância do diálogo inter-religioso e os avanços do movimento ecumênico nas últimas décadas, mencionando o gesto histórico de reconciliação de 1965, quando São Paulo VI e o Patriarca Atenágoras retiraram a memória das mútuas excomunhões.
“Devemos continuar a implorar a graça de perseverar no caminho da unidade e da caridade fraterna”, enfatizou Leão XIV. A unidade, segundo ele, não deve ser vista como uma competição entre as diferentes tradições, mas como um dom divino oferecido a todos os cristãos.
Testemunhando o Evangelho no mundo contemporâneo
Ao finalizar seu discurso, o Papa fez um apelo para que todos redescobrissem as raízes da fé apostólica e a missão de testemunhar o Evangelho em um mundo que enfrenta tantos desafios. “Que essa peregrinação os faça experimentar o verdadeiro dom da consolação de Deus”, concluiu, convidando os presentes a se tornarem agentes de mudança e esperança em suas comunidades.

Este encontro ecumênico em Castel Gandolfo não apenas uniu diferentes tradições, mas também renovou a esperança de um futuro de diálogo e reconciliação entre as diversas denominações do cristianismo. Com gestos de amor e solidariedade, os cristãos são convidados a trilhar juntos o caminho da unidade, buscando sempre o bem maior da humanidade.
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