Após o anúncio de uma investigação comercial dos Estados Unidos envolvendo o Pix, o governo Lula adotou uma estratégia de fortalecer sua campanha de defesa da soberania brasileira. A iniciativa busca usar a popularidade do meio de pagamento e a rejeição aos EUA, que crescem na opinião pública, para enfraquecer a oposição e reforçar seu posicionamento político.
Investigação dos EUA sobre o Pix e o papel do governo brasileiro
Divulgada nesta quarta-feira (16), a investigação do Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR) cita o Pix entre outros temas, como redes sociais, proteção ao meio ambiente, corrupção e comércio na rua 25 de março, em São Paulo. Segundo o documento, essas áreas estão sob análise para determinar se há práticas desleais por parte do Brasil. A reportagem do Globo detalha os pontos levantados pelos EUA.
Estratégia de uso político do Pix e da rejeição aos EUA
Fortalecimento da narrativa soberania
O time de comunicação do Palácio do Planalto, liderado pelo ministro Sidônio Palmeira, discute como aproveitar a alta popularidade do Pix nas redes sociais para gerar uma imagem de resistência contra a ofensiva americana. Segundo fontes internas, a estratégia é associar a investigação dos EUA a uma tentativa de enfraquecer a soberania brasileira e reforçar o discurso de defesa do país.
De acordo com análises do governo, a rejeição às ações dos EUA vem crescendo entre os brasileiros, o que possibilita usar esse sentimento na comunicação oficial. Pesquisas internas apontam que somente uma parcela minoritária da população apoia o tarifaço de Trump, aumentando o impacto da narrativa nacionalista.
Riscos e orientações de diálogo
Apesar do tom mais agressivo, integrantes do governo defendem que o caminho deve ser a negociação e o diálogo com os Estados Unidos, evitando uma politização excessiva do tema. Segundo fontes do Palácio, há preocupação com o risco de derrapar na postura e fortalecer uma oposição que busca explorar o tema eleitoralmente.
Impacto na política interna e fortalecimento da campanha
O governo também mantém o foco na opinião pública, que mostra resistência ao alinhamento com os EUA. Sondagens indicam que a popularidade do Pix se mantém elevada, enquanto a reprovação às políticas externas americanas cresce. Essa combinação favorece a estratégia de Lula de mostrar que o Brasil mantém sua autonomia mesmo diante de pressões externas.
Especialistas afirmam que a relação com os EUA deve continuar sendo uma questão sensível na conjuntura político-eleitoral, e que o governo busca explorar essa disputa para consolidar sua base de apoio e ampliar o sentimento de defesa nacional.
Mais detalhes sobre a estratégia e as próximas ações do governo podem ser acompanhados no blog de Renata Agostini.