Brasil, 19 de julho de 2025
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Lula defende diplomacia e multilateralismo em artigo internacional

O presidente Lula destacou a importância da cooperação global e a reforma de organismos internacionais em artigo publicado em diversos veículos.

Na última quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua defesa por uma diplomacia robusta, pela cooperação e pelo multilateralismo em um artigo publicado em importantes jornais ao redor do mundo. Nessa reflexão, Lula ressaltou que a prevalência da “lei do mais forte” está ameaçando o sistema de comércio multilateral, uma questão que merece atenção e debate no cenário internacional atual.

Ameaças ao comércio multilateral

Embora não tenha mencionado diretamente o presidente estadunidense Donald Trump, Lula fez críticas contundentes às tarifas elevadas que ele impôs a produtos brasileiros, como os 50% de taxação recentemente anunciados. Ele alertou que essas medidas podem levar a uma “espiral de preços altos e estagnação”, prejudicando a economia global.

“A Organização Mundial do Comércio foi esvaziada, e ninguém se lembra da rodada de desenvolvimento de Doha”, observou o presidente.

Lula enfatizou a necessidade de reorganizar os organismos multilaterais para resolver os conflitos atuais. Para ele, se as organizações internacionais parecem ineficazes, é porque sua estrutura não se ajusta mais à realidade contemporânea. Ele argumentou que a ausência de liderança coletiva agrava as ações unilaterais e excludentes.

“A solução para a crise do multilateralismo não é abandoná-lo, mas reconstruí-lo em bases mais justas e inclusivas”, escreveu Lula.

Papel da ONU e novos desafios

Em seu artigo, Lula também fez referência ao papel da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmando que o ano de 2025, que marca oito décadas de sua fundação, pode ser lembrado como o início do colapso da ordem internacional. Ele destacou que o mundo atual é diferente do que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, com novas forças políticas e econômicas que apresentam novos desafios.

Referindo-se a conflitos recentes, como as intervenções no Iraque, na Líbia e a guerra na Ucrânia, o presidente expressou sua preocupação com a banalização do uso da força por integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Ele argumentou que a falta de ação frente a crises humanitárias, como a situação em Gaza, demonstra a falência dos princípios mais básicos da humanidade.

“A incapacidade de superar as diferenças está alimentando uma nova escalada de violência no Oriente Médio”, declarou.

Crise financeira e desigualdade global

Lula continuou sua análise mencionando a crise financeira de 2008 como um marco que expôs o fracasso da globalização neoliberal. No entanto, em vez de corrigir sua rota, o mundo ficou preso a manuais de austeridade, priorizando o socorro a grandes corporações às custas de cidadãos comuns.

“A escolha de socorrer os ultra-ricos e as grandes corporações aprofundou a desigualdade”, afirmou Lula.

Essa situação culminou em desconfiança nas instituições, criando um terreno fértil para narrativas extremistas que ameaçam a democracia. Dessa forma, Lula fez um apelo para que, em vez de cortar programas de cooperação internacional, os países redobrem seus esforços para reduzir desigualdades, em linha com os objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela ONU para 2030.

Responsabilidade climática

Por último, Lula abordou a crise climática, enfatizando que os países mais ricos devem assumir maior responsabilidade diante do aumento das emissões de carbono. Ele destacou que o ano de 2024 foi o mais quente já registrado, refletindo a urgência da situação climática em relação às promessas não cumpridas, como os investimentos em ações climáticas comprometidos na COP 15 em Copenhague.

O presidente também ressaltou que o aumento dos gastos militares da OTAN torna menos viável o cumprimento das promessas feitas em prol do meio ambiente. Para Lula, a crescente polarização e a ideia de “desglobalização” são inadequadas, pois a existência compartilhada entre os povos é inevitável. “Nenhum muro é alto o suficiente para preservar ilhas de paz e prosperidade cercadas de violência e miséria”, concluiu.

Com sua visão de um Brasil como agente de colaboração internacional, Lula reafirmou o compromisso do país com a diplomacia durante sua presidência do G20 e eventos internacionais como a COP 30, destacando a busca por soluções conjuntas, mesmo em tempos adversos.

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