Em 8 de dezembro de 2025, Donald Trump comemorou oficialmente a festa da Imaculada Conceição, um reconhecimento formal inédito por parte de um presidente dos Estados Unidos. A declaração presidencial destacou a importância de Maria na salvação da humanidade e na história americana, marcando uma aproximação inédita de um chefe de Estado com a data religiosa católica.
Reconhecimento oficial e diferenças teológicas
O comunicado, disponível no site da Casa Branca, reconhece a Imaculada Conceição como um dia santificado que homenageia a concepção de Maria sem o pecado original. Contudo, há uma imprecisão teológica na nota, afirmando que “Deus se tornou homem ao nascer de Jesus”, quando na verdade o dogma católico afirma que a encarnação ocorreu no momento da concepção de Jesus por Maria.
De acordo com o padre Aquinas Guilbeau, especialista em teologia, essa confusão é comum, mas não altera a validade central do dogma. “Jesus Cristo tornou-se homem na encarnação, no momento em que Maria concebeu o Filho, não no nascimento,” explicou o sacerdote.
Importância de Maria para os Estados Unidos
A declaração presidencial considera Maria uma figura fundamental na história do país, destacando eventos como a consagração de George Washington a Maria e a celebração de Nossa Senhora da Boa Viagem em Nova Orleans. O documento também remete ao papel de figuras históricas católicas, como o cardeal John Carroll, que assinou a Declaração de Independência e foi um fervoroso devoto de Maria.
“A decisão de Maria na Anunciação foi uma das ações mais profundas e impactantes da história”, afirma o texto oficial, citando Lucas 1:38: ‘Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.’
Reações dos católicos e perfil religioso dos EUA
Especialistas como Chad Pecknold e Susan Hanssen comentaram a importância do reconhecimento de Trump, considerando-o um marco na história religiosa e cultural norte-americana. Pecknold, da Universidade Católica de Washington, ressaltou que honrar o calendário litúrgico fortalece a identidade cristã do país.
Enquanto isso, a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA destacou seu apoio a políticas pró-vida e temas relacionados à imigração, mas também expressou preocupações quanto a outras ações do governo, como a execução de deportações indiscriminadas.
Erro teológico e reflexões
Apesar do reconhecimento histórico, o documento apresenta uma imprecisão ao afirmar que Jesus se tornou homem ao nascer, enquanto a Igreja ensina que a encarnação aconteceu na concepção. O padre Guilbeau reforça que, embora comum na cultura popular, esse erro é teologicamente incorreto e pode ser visto como uma homenagem póstuma à figura de Maria, mas sem precisão doutrinal.
Este momento marca, segundo analistas, uma tendência de Trump de se posicionar como um defensor de temas religiosos, buscando fortalecer laços com fiéis cristãos nos Estados Unidos e reforçar sua influência sobre a cultura e a religião nacional.


