Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Projeto da UnB usa armadilhas inovadoras contra Aedes aegypti

Um projeto inovador da Universidade de Brasília (UnB) tem se destacado na luta contra o Aedes aegypti, mosquito conhecido por transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya. A iniciativa, liderada pelo professor Rodrigo Gurgel da Faculdade de Medicina, utiliza uma técnica engenhosa que transforma o próprio mosquito em um agente de combate à sua espécie, prometendo resultados promissores na redução da infestação.

Como funciona a nova abordagem contra o Aedes aegypti

As Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) foram desenvolvidas em parceria com estudantes e utilizam um método que se baseia no comportamento natural do Aedes aegypti. Criadas por pesquisadores em Manaus (AM), essas “armadilhas” são dispositivos simples, consistindo em um pote preto com água no fundo e as paredes internas impregnadas com um larvicida em pó.

A mecânica do dispositivo é bastante astuta. A fêmea do Aedes, em busca de locais propícios para depositar seus ovos, é atraída pela cor escura do pote e pela água. Ao pousar, suas patas e corpo ficam impregnados com o larvicida. Quando o mosquito levanta voo, transporta o veneno para outros criadouros, “contaminando” a água parada em diferentes locais. Como resultado, o larvicida impede que as larvas se desenvolvam, interrompendo assim o ciclo de vida do vetor e contribuindo para a diminuição da transmissão de doenças.

Resultados da implementação das EDLs no DF

O professor Gurgel vem acompanhando de perto os estudos desde o início da técnica no Amazonas. Em 2016, ele realizou um projeto piloto em 150 casas em São Sebastião, no Distrito Federal, obtendo uma redução de 66% na densidade de mosquitos após um ano. Esta taxa expressiva motivou a expansão do projeto para o campus Darcy Ribeiro da UnB, onde mais de 600 EDLs foram instaladas em 12 prédios.

Os resultados foram significativos: em prédios sem as EDLs, a média de mosquitos aspirados foi de cerca de 300. Já nas áreas onde as “armadilhas” foram utilizadas, a média caiu para apenas 75, representando uma redução de 75%. Esses dados demonstram a eficiência dessa abordagem inovadora.

Desafios permanecem na luta contra a dengue

Embora os resultados sejam promissores, o professor Gurgel adverte que as EDLs representam apenas uma parte de uma estratégia mais ampla no combate ao Aedes aegypti. Segundo ele, “não existe uma bala de prata” para erradicar o mosquito. A solução deve incluir uma combinação de tecnologias, como a soltura de mosquitos com a bactéria Wolbachia, borrifação residual, visitas regular de agentes de saúde às residências, entre outras.

Com os esforços conjuntas, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal relata que, até novembro deste ano, houve apenas 11.417 casos prováveis de dengue, uma queda drástica em comparação com os 278.430 casos do ano anterior. Apesar desse progresso, a vigilância deve ser mantida, pois a população desempenha um papel crucial na eliminação de focos do mosquito.

O que a população pode fazer

Para continuar a combater a proliferação do Aedes aegypti, a população é incentivada a adotar algumas práticas preventivas:

  • Eliminar água parada em vasos de planta, garrafas, pneus e outros recipientes;
  • Manter calhas e ralos sempre limpos;
  • Tratar a água da piscina e mantê-la coberta quando não estiver em uso;
  • Acolher os agentes de combate a endemias e permitir a vistoria do imóvel;
  • Acionar a Vigilância Sanitária ao identificar possíveis focos do mosquito em áreas públicas ou em imóveis abandonados.

Vacinação e conscientização

A vacinação contra a dengue também é uma ferramenta fundamental na luta contra a doença e está disponível na rede pública para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. O esquema vacinal completo requer duas doses, com um intervalo de 90 dias entre elas, e é vital que ambas as doses sejam administradas para garantir proteção eficaz.

À medida que o país avança com pesquisas e inovações no combate ao Aedes aegypti, é essencial que a população continue engajada e consciente de seu papel na prevenção das doenças transmitidas por esse mosquito.

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