A sétima edição do Panorama Ambiental Global (GEO7), lançado nesta terça-feira (9) em Nairóbi, na África, revela que a inação diante dos desafios climáticos e ambientais pode resultar em milhões de mortes e prejuízos financeiros de grande escala. O relatório, produzido por 287 cientistas de 82 países, reforça a necessidade de ações imediatas para tornar o planeta mais resistente.
Transformações profundas para evitar mortes e pobreza
Segundo o GEO7, as recomendações apresentadas representam o caminho para evitar 9 milhões de óbitos precoces relacionados à poluição, retirar 200 milhões de pessoas da subnutrição e 150 milhões da pobreza extrema. Para alcançar esses objetivos, são necessários altos investimentos, estimados em US$ 8 trilhões anuais até 2050, voltados à neutralização das emissões de gases do efeito estufa e à conservação da biodiversidade.
Custos da inação x benefícios de ações ambientais
De acordo com a diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Andersen, o custo de não agir é muito maior. “Mudanças climáticas podem reduzir 4% do PIB global até 2050, além de provocar aumento de migração forçada e redução de vidas”, ela alertou. O estudo aponta que o aumento da temperatura e eventos extremos atualmente causam um custo estimado de US$ 143 bilhões por ano.
Impactos econômicos e saúde pública
Somente em 2019, as perdas relacionadas à poluição do ar e expostos a substâncias químicas tóxicas nos plásticos atingiram US$ 8,1 trilhões e US$ 1,5 trilhão ao ano, respectivamente. A diretora do Pnuma destacou que os custos da inação excedem os valores necessários para mudanças, e os benefícios globais podem chegar a US$ 20 trilhões anuais até 2070.
Propostas de mudança no modelo econômico
O relatório também recomenda uma revisão nas métricas de avaliação econômica, substituindo o PIB por indicadores mais inclusivos que considerem a saúde humana e o capital natural. Além disso, enfatiza a transição para modelos econômicos circulares e a rápida descarbonização das atividades humanas.
Compromissos internacionais e ações futuras
Inger Andersen reforçou que o cumprimento das promessas feitas na COP30, realizada em Belém, é fundamental para acelerar o progresso global na luta contra as mudanças climáticas. “Este relatório deve motivar as nações a implementarem e reforçarem suas ações climáticas, garantindo um futuro sustentável”, afirmou.


