A Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, negocia a compra do controle do Will Bank, fintech brasileira pertencente ao Banco Master, que enfrenta dificuldades financeiras e está sob regime de administração temporária do Banco Central. A operação inclui recursos do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) do Brasil e a participação da Mastercard, segundo pessoas próximas ao assunto.
Injeção de capital e possibilidades de conversão de dívida
De acordo com fontes ouvidas, a Mubadala planeja uma injeção de capital na fintech, enquanto o FGC considera conceder um empréstimo ao Will Bank. Há também a possibilidade de conversão dessa dívida em participação acionária, o que poderia facilitar a estabilização da empresa e garantir sua continuidade no mercado.
Contexto do Will Bank e situação atual
O Will Bank, que oferece cartões de crédito Mastercard para clientes de baixa renda, foi adquirido pelo Banco Master em 2024. No entanto, o Banco Central anunciou em novembro que iniciaria o processo de liquidação do Banco Master, sob alegações de fraude, que a instituição nega. O Will Bank, contudo, não foi incluso nesse processo e continua operando sob regime especial de administração temporária, autorizado pelo Banco Central para evitar a interrupção de suas atividades.
Desafios e perspectivas do negócio
O regime especial visa proteger os credores, incluindo a Mastercard, e garantir que o banco possa ser vendido com a aprovação do interventor. A Laplace Finanças, contratada pelo Banco Master para auxiliar na venda, segue assessorando o processo, segundo fontes familiarizadas.
Em dezembro de 2024, o Will Bank possuía R$ 7,1 bilhões em recebíveis de cartões de crédito, além de cerca de R$ 7,5 bilhões em depósitos, que poderiam ser utilizados como garantia pelo FGC em uma eventual liquidação. A fintech, que teve um prejuízo de R$ 244,7 milhões no primeiro semestre deste ano, registrou dificuldades financeiras que motivaram o regime provisório.
Operação e expectativas
Fontes do mercado indicam que a aquisição pelo Mubadala pode fortalecer o posicionamento do Will Bank e permitir sua recuperação. No entanto, representantes do fundo, do Banco Mastercard e do Will Bank não quiseram comentar a negociação até o momento.
A continuidade dessas negociações e as decisões do Banco Central podem determinar o futuro da fintech, cujo papel é importante para o mercado de crédito de baixa renda no Brasil.
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