No último sábado, 6 de dezembro, a Igreja Católica na Guiné-Bissau realizou um ato solene de consagração da nação ao Imaculado Coração de Maria. A celebração foi marcada por uma forte espiritualidade, com apelos à paz e a pedidos de reconciliação e restauração democrática em um país que enfrenta desafios significativos, descrito pelos líderes e pela comunidade como “ferido pela instabilidade”.
Ato solene reúne fiéis em todo o país
Todas as paróquias do país se uniram para celebrar a Missa da Solenidade da Imaculada Conceição. Este ano, a tradicional peregrinação nacional a Cacheu foi cancelada devido à situação sociopolítica delicada que a Guiné-Bissau enfrenta. Durante o ato de consagração, que seguiu a oração preparada pelo Papa Francisco em 2022, os bispos de Bissau e de Bafatá, acompanhados de sacerdotes e fiéis, reuniram-se na Sé Catedral de Bissau para orar por um tempo de tribulação.
A Igreja Católica reconheceu os desafios que a nação enfrenta, incluindo disputas políticas, violações de direitos fundamentais, tráfico de drogas e corrupção. De acordo com o texto lido durante a celebração, essas questões “desmantelam o sonho de paz e afetam as esperanças dos jovens”, ressaltando a profundidade da crise social e política na Guiné-Bissau.
Oração de consagração e apelos à paz
O ato de consagração, lido por Dom Victor Quematcha, incluiu um pedido de perdão pela ganância, indiferença, egoísmo e violência. Os participantes invocaram Maria como Rainha da Paz, pedindo que ela guiasse o povo guineense em sua busca por paz e unidade. A oração também reforçou o desejo de que a liberdade religiosa seja preservada e que não haja retorno aos conflitos e à discórdia.
No cerne da celebração, cada pessoa, família, a Igreja, autoridades, instituições e toda a nação foram consagradas ao Imaculado Coração de Maria. Essas invocações visavam a restauração da ordem democrática, a verdade, a justiça e a liberdade, além da libertação do país de todas as formas de autoritarismo.
Um apelo à esperança e à reconstrução
Encerrando a celebração, os líderes religiosos e os fiéis emitiram um apelo à esperança, pedindo que a misericórdia divina renovasse a nação. O desejo de que “o doce palpitar da paz volte a orientar a vida nacional” ecoou entre os presentes, enfatizando a necessidade de que os guineenses se transformem em “artesãos de comunhão e construtores da paz”.
Este ato de 6 de dezembro de 2025 não foi apenas um evento religioso, mas um desejo coletivo de renascimento espiritual, social e político, confiando toda a Guiné-Bissau ao cuidado materno de Maria. A comunidade católica expressou sua determinação de lutar por um futuro mais pacífico e unido, no qual todos possam viver em harmonia e dignidade.
A celebração deste dia marcou um passo importante na luta da Guiné-Bissau por paz e unidade, mostrando a força da fé e a esperança renovada entre seus habitantes. Com a Igreja liderando os esforços, muitos acreditam que, através da oração e da solidariedade, a nação poderá finalmente encontrar o caminho para a paz e a estabilidade que tanto anseia.
