Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Família de traficante Peixão é detida com fortuna em joias

No último dia 8, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou a apreensão de uma grande quantidade de joias com familiares de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como “Peixão”, durante uma abordagem em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A operação gerou um impacto significativo, uma vez que as joias apreendidas estão sendo investigadas pela Polícia Federal (PF) para determinar sua autenticidade e avaliar o valor estimado das peças.

Apreensão e características das joias

As joias, que incluíam cordões robustos e relógios de marcas renomadas, atraíram atenção não apenas pela ostentação, mas também pelos símbolos e termos gravados nelas. Algumas peças continham marcas que indicam ligação com a quadrilha que controla a região conhecida como Complexo de Israel, formado por cinco bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro: Parada de Lucas, Vigário Geral, Cordovil, Cidade Alta e parte de Brás de Pina.

Um dos itens mais chamativos foi um grosso cordão que em seu desenho continha a Estrela de Davi, acompanhado da inscrição “Israel Defense Force”. Para muitos, essas inscrições podem parecer mero enfeite, mas carregam significados profundos em relação à identidade e à ideologia do grupo liderado por Peixão.

Significados das joias

Os símbolos presentes nas joias revelam uma conexão mais profunda com a história e a cultura. O apelido “Arão”, utilizado por Peixão, faz alusão ao personagem bíblico, possivelmente para fortalecer a imagem de poder e liderança entre seus seguidores. O termo “IDF” é uma referência direta às forças armadas de Israel, indicando a forma como Peixão se vê como um “escolhido” para uma missão divina de controle e domínio.

A expressão “Varão de guerra”, encontrada na Bíblia, também é um indicador da imagem que Peixão tenta perpetuar de si mesmo como um homem forte e protetor. A presença da Estrela de Davi, um símbolo central do judaísmo, intensifica essa narrativa de uma suposta “missão divina”, que, segundo alguns relatos, Peixão acredita ser encarregado de cumprir no Brasil.

Liberação da família e contexto criminal

Após a apreensão, a esposa, três filhos e um sobrinho de Peixão foram detidos para prestar depoimento. Todos foram liberados posteriormente, enquanto o sobrinho se identificou como o proprietário dos itens apreendidos. Essa situação não é nova para a família de Peixão, que têm sido frequentemente relacionada a atividades ilícitas e ao tráfico de drogas especialmente ativado durante a pandemia de COVID-19.

Peixão é conhecido por ser o líder do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das facções mais poderosas do Rio de Janeiro, e seu domínio é amplamente reconhecido dentro da política do tráfico de drogas da cidade. Sua quadrilha, que se autodenomina “Tropa do Arão”, tem intensificado sua presença e influência nas comunidades sob seu controle, utilizando símbolos religiosos e mensagens de poder para consolidar sua posição entre os moradores e possíveis novos recrutas.

Expansão do Complexo de Israel

O Complexo de Israel é uma vasta área que, ao longo dos anos, foi sendo ampliada por meio de táticas violentas e intimidadoras implementadas pela facção de Peixão. Desde a invasão da favela de Vigário Geral em 2007 até a expansão para a Cidade Alta em 2016, a tática de ocupação foi marcada por confrontos armados com outras facções e uma política agressiva de controle sobre a população local. Em 2017, a resposta da polícia a esses conflitos incluiu operações que resultaram em numerosas prisões e apreensões de armamentos pesados.

Esses eventos ressaltam a complexidade das dinâmicas sociais e políticas nas comunidades em que Peixão atua. Com mais de 130 mil habitantes no Complexo de Israel, a influência de suas ações se estende não apenas ao tráfico de drogas, mas também à imposição de uma cultura de medo, onde o respeito é conquistado por meio da força.

A apreensão das joias e a detenção da família de Peixão são apenas um dos muitos desdobramentos que envolvem o tráfico de drogas no Brasil, refletindo a luta contínua entre o crime organizado e as forças de segurança. À medida que as investigações prosseguem, o futuro do Complexo de Israel e de seu líder continua incerto, mas a resiliência das facções criminosas permanece alarmante e desafiadora.

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