Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Disputa pela Warner: Paramount faz oferta hostil de US$ 108,4 bilhões

Três dias após a Netflix revelar a compra da Warner Bros. Discovery por US$ 82,7 bilhões, a Paramount, do bilionário David Ellison, anunciou uma oferta hostil de US$ 108,4 bilhões. A proposta, não solicitada e sem apoio da diretoria, visa adquirir toda a Warner, colocando em risco o acordo entre a Netflix e a Warner.

Entenda a disputa e os detalhes das propostas

Uma oferta hostil ocorre quando há uma tentativa de compra sem o consentimento da administração da empresa-alvo. Os acionistas da Warner terão até 8 de janeiro para decidir se aceitam a proposta da Paramount ou mantêm as negociações com a Netflix. Segundo analistas, o negócio deve passar pelo aval de órgãos reguladores, que irão avaliar o impacto na concentração do mercado de mídia.

Diferenças entre as propostas da Netflix e da Paramount

A Netflix propõe adquirir apenas o estúdio de cinema e a divisão de streaming, a HBO Max. Para concluir a operação, a Warner teria até o terceiro trimestre de 2026 para dividir seus ativos, separando canais como CNN e TNT. Diferentemente, a oferta da Paramount engloba toda a companhia, incluindo canais, estúdios e redes de notícias.

Reações do mercado e opiniões de executivos

As ações da Netflix caíram 3,4% na terça-feira, enquanto os papéis da Paramount subiram 9%, e os da Warner tiveram alta de mais de 4%. Ted Sarandos e Greg Peters, co-CEOs da Netflix, afirmaram que estão confiantes na aprovação do negócio e destacaram o compromisso de continuar lançando filmes nos cinemas, apesar do foco principal da companhia ser o streaming.

“Temos um acordo fechado e estamos incrivelmente felizes com o negócio. Ele é ótimo para os acionistas, consumidores e para criar empregos na indústria do entretenimento”, declarou Sarandos. Já Ellison, CEO da Paramount, afirmou que a oferta deve fortalecer Hollywood e beneficiar a comunidade criativa.

Pontos de tensão e fatores políticos

As propostas enfrentam análises rigorosas de reguladores, especialmente quanto ao impacto na concentração do mercado de streaming, onde a Netflix lidera globalmente com mais de 300 milhões de assinantes. A presença de interesses políticos também é notável: o presidente Joe Biden mantém uma postura neutra, enquanto o ex-presidente Donald Trump sugeriu que sua influência pode pesar na decisão, devido ao envolvimento com os Ellison e suas relações com a Casa Branca.

Trump chegou a criticar o programa “60 Minutes” da CBS, pertencente à Paramount, e expressou preocupação com a dominância da Netflix, pautando parte do debate político sobre o negócio, que também inclui questões de influência estrangeira e interesses econômicos globais.

Implicações legais e estratégias de financiamento

Se a Netflix não obter aprovação, terá de pagar uma multa de US$ 5,8 bilhões à Warner. Caso a Warner aceite uma oferta da Paramount ou de outro concorrente, deverá pagar US$ 2,8 bilhões de indenização à Netflix. Ellison destacou que a oferta da Paramount conta com apoio financeiro de fundos soberanos do Oriente Médio e de investidores ligados a Jared Kushner, ex-assessor de Donald Trump, o que poderia facilitar a aprovação regulatória.

Com uma estratégia de financiamento que envolve bancos e fundos de private equity, a Paramount busca articular um acordo que possa ser aprovado pelo governo americano, reforçando sua tentativa de adquirir um dos maiores estúdios de Hollywood.

Reações e impactos na indústria

Embora a oferta da Netflix gere ceticismo, os executivos da plataforma afirmam estar confiantes na vitória. “Acreditamos que nossa proposta criará uma Hollywood mais forte”, declarou Sarandos. A disputa levanta debates sobre o futuro do conteúdo e o controle do mercado de streaming, que passa por uma fase de transformação acelerada, envolvendo tanto interesses econômicos quanto políticos.

Enquanto isso, Hollywood observa de perto os desdobramentos de uma das maiores disputas de aquisição na história da indústria do entretenimento, que pode redefinir o panorama corporativo e cultural nos próximos anos.

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