O Distrito Federal se destaca no cenário nacional ao registrar uma das maiores taxas de localização de pessoas desaparecidas. Entre janeiro e outubro de 2025, foram registrados 1.878 casos, o que representa um aumento em relação ao ano anterior. Impressivamente, 95% dessas pessoas foram encontradas, consolidando a eficiência das operações de busca e a utilização de tecnologia moderna, como o banco de dados genético.
A taxa de sucesso nas localizações
Comparando com o ano passado, em que 1.870 pessoas haviam desaparecido e 1.853 foram localizadas, os dados desse ano mostram um aumento em ambos os números de desaparecidos e das identificações bem-sucedidas. Das 1.878 ocorrências em 2025, 1.789 foram solucionadas até o momento, com 89 casos ainda em investigação. Este desempenho notável se deve, em grande parte, à integração de mais de 30 órgãos que colaboram na busca por essas pessoas, além do uso de técnicas como o DNA Forense.
O papel da tecnologia na localização
O Instituto de Pesquisa de DNA Forense desempenha um papel crucial nas investigações. Samuel Ferreira, diretor do instituto, explica que o banco de dados genético tem sido uma ferramenta eficiente que já possibilitou a identificação de 10 indivíduos desaparecidos que residiam no DF, mas que foram encontrados em outros estados. O procedimento para coleta do DNA é descrito como simples e indolor, utilizando um cotonete para coletar células da boca dos doadores.
Impacto na vida das famílias
O caso de Francisco Macêdo de Loiola, um homem de 68 anos que está desaparecido há cerca de quatro meses, ilustra o impacto emocional e psicológico que a ausência de um ente querido pode causar. Diagnostificado com Alzheimer, Francisco desapareceu após deixar o trabalho. Seu filho, Leonardo Macêdo, relata a angústia e a dificuldade de lidar com a situação. “Foi a primeira vez que eu passei o aniversário sem estar perto dele. Foi muito difícil”, desabafa o jovem.
A família de Francisco fez a coleta de DNA na esperança de encontrá-lo. Leonardo destaca a importância da agilidade nas buscas e como a tecnologia pode ajudar a unir as famílias com seus entes ausentes.
Novas políticas de atenção ao desaparecimento
Recentemente, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal implementou uma nova portaria que regula a Política Distrital de Atenção Humanizada ao Desaparecimento de Pessoas. Antes dessa regulamentação, as informações de desaparecimentos eram limitadas à Polícia Civil. Agora, com um atendimento mais integrado, vários órgãos estão envolvidos no processo, garantindo um suporte mais efetivo às famílias afetadas.
Jasiel Tavares Fernandes, Subsecretário de Integração de Políticas em Segurança Pública, destacou que o novo procedimento permite que, após a denúncia de desaparecimento, um template com as informações e foto da pessoa seja rapidamente distribuído entre os mais de 30 órgãos envolvidos. Isso aumenta consideravelmente a eficiência na localização e recuperação de indivíduos desaparecidos.
Considerações finais
O Distrito Federal continua a se destacar nacionalmente no combate ao desaparecimento, com uma taxa de localização que reforça a importância da colaboração interagencial e da inovação tecnológica. Embora os números reflitam um sucesso significativo, ainda existem famílias em busca de respostas, e a luta pelo desaparecido é contínua. A integração entre as autoridades e a luta pela implementação e manutenção de políticas eficazes fazem parte de um esforço maior por uma sociedade mais segura.
Com a regulamentação da nova política, espera-se que muitos casos sejam solucionados, resultando em um futuro com menos incertezas e mais reencontros.
