Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Desigualdade no Brasil: 10% mais ricos possuem 59% da renda e 70% da riqueza

A concentração de renda e patrimônio no Brasil, uma das maiores do mundo, aumentou nos últimos dez anos, apontam dados recentes do “Relatório Mundial sobre a Desigualdade 2026”. Segundo o estudo, os 10% mais ricos, que representam cerca de 21,2 milhões de pessoas, detêm 59% de toda a renda do país e 70% da riqueza acumulada.

O aprofundamento da desigualdade no Brasil

De acordo com a pesquisa, a diferença de renda entre os 10% mais ricos e os 50% mais pobres da população subiu de 53,7% em 2014 para 63,5% em 2024. Essa disparidade evidencia a persistência da desigualdade, mesmo em contextos de crescimento econômico e geração de empregos, pois a renda do trabalho não consegue compensar a grande distância na posse de ativos e acesso ao capital.

Concentração de riqueza e patrimônio entre os mais ricos

Os números reforçam a concentração de riqueza na pirâmide social brasileira. O 1% mais rico, composto por cerca de 2,1 milhões de pessoas, concentra sozinho 37% do patrimônio nacional — que inclui imóveis, empresas, aplicações financeiras e outros ativos — além de quase 27% de toda a renda do país.

Esses dados ilustram o peso do patrimônio na manutenção do bem-estar e na mobilidade social ao longo da vida. A desigualdade persiste, mesmo em momentos de crescimento econômico, devido à enorme diferença no acesso a ativos e recursos financeiros.

Comparação global e arrecadação de impostos

O relatório destaca que a concentração de renda no Brasil é a maior em 30 anos e que o país tem um dos menores patrimônios tributários entre os principais mercados do mundo. Como exemplo, o estudo aponta que o 0,001% mais rico detém três vezes mais riqueza do que 2,8 bilhões de pessoas globalmente. Além disso, o Brasil está entre os países que menos cobram impostos dos super-ricos, ficando atrás de Estados Unidos, França, Holanda e Espanha. Fonte

Impacto na mobilidade social e participação feminina

Outro dado importante indica que, em uma década, a participação das mulheres no mercado de trabalho permaneceu praticamente estática, passando de 37,3% em 2014 para 37,4% em 2024. Quanto à mobilidade social, cerca de 8,6 milhões de brasileiros saíram da pobreza em 2024, atingindo o menor nível da série histórica do IBGE. No entanto, o padrão de desigualdade permanece resistente.

Perspectivas futuras

Os números reforçam a necessidade de políticas públicas que combatam a concentração de renda e promovam maior distribuição de patrimônio. Segundo os autores do relatório, a desigualdade estrutural do Brasil exige ações que ampliem o acesso ao capital e a oportunidades, buscando um desenvolvimento mais inclusivo.

Para mais informações, acesse o relatório completo.

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