Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Desigualdade de riqueza atinge nível mais alto em 30 anos, aponta estudo

Dados do terceiro Relatório Mundial sobre a Desigualdade 2026, elaborado pela rede World Inequality Lab e liderado pelo economista Thomas Piketty, mostram que a desigualdade de riqueza no mundo atingiu o maior nível em três décadas. Os 10% mais ricos detêm hoje 75% de toda a riqueza global, enquanto a metade mais pobre possui somente 2%. Quanto mais se sobe na pirâmide, maior é a concentração, com menos de 60 mil pessoas — grupo que pertence ao 0,001% mais ricos — tendo três vezes mais riqueza do que 2,8 bilhões de pessoas.

Concentração de riqueza e renda entre os mais ricos

O estudo define riqueza como o patrimônio líquido, incluindo ativos financeiros, como ações, títulos, e patrimônios não financeiros, como imóveis, descontadas as dívidas. Além disso, os dados evidenciam que os 10% mais ricos concentram 53% da renda global, enquanto a metade mais pobre fica com apenas 8%. Os 40% do meio detêm 23% da riqueza e 38% da renda mundial.

Elevação da desigualdade entre os ultrarricos

Nos últimos 30 anos, a parcela de riqueza dos ultrarricos, especialmente o 0,001% mais rico, cresceu significativamente, passando de 3,8% em 1995 para 6,1% em 2025. Em contrapartida, a participação dos 50% mais pobres permanece estagnada em cerca de 2%, após uma leve melhora no final dos anos 1990.

Impacto das políticas públicas na redução da desigualdade

Segundo o relatório, políticas de tributação progressiva e transferências de renda contribuíram para diminuir a desigualdade em mais de 30% na Europa, América do Norte e Oceania, além de avanços na América Latina após os anos 1990. No entanto, essas ações não foram suficientes para conter o crescimento acelerado da riqueza no topo da pirâmide, onde a tributação não consegue alcançar os ultrarricos.

Ultrarricos escapam da progressividade tributária

O estudo aponta que bilionários e centmilionários pagam proporcionalmente menos impostos do que famílias de renda inferior, devido às alíquotas efetivas regressivas. Especialistas alertam que isso prejudica os investimentos públicos essenciais, como educação, saúde e ações contra a mudança climática, além de comprometer a justiça social e reduzir a confiança na estrutura tributária.

Previsões e críticas às atuais políticas internacionais

Thomas Piketty destacou que a desigualdade tende a piorar nos próximos anos, especialmente no Sul Global, onde países gastam mais com juros da dívida do que com educação e saúde. Ele reforçou a necessidade de uma maior contribuição dos países mais ricos, apontando que iniciativas de impostos globais, como o imposto mínimo sobre riqueza proposto pelo Brasil na presidência do G20, ainda não tiveram resposta eficaz por parte da Europa ou dos EUA.

Propostas de tributação global

O relatório sugere três estratégias de tributação global para arrecadar recursos. A mais moderada, que prevê um imposto de 3% sobre cerca de 100 mil bilionários e milionários, pode arrecadar US$ 750 bilhões por ano, valor suficiente para cobrir toda a educação de países de baixa e média renda. Uma tributação de 2% sobre patrimônios superiores a US$ 100 milhões arrecadaria US$ 503 bilhões anuais, enquanto uma de 5% movimentaria US$ 1,3 trilhão por ano.

Segundo os autores, tributar parte das fortunas daria maior capacidade fiscal aos governos para enfrentar desafios como a educação, saúde e transição climática, sem aumentar o ônus sobre a classe média ou os mais pobres.

Para saber mais, acesse a matéria completa no Fonte original.

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