Na tarde desta terça-feira (9), o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) enfrentou uma situação tumultuada na Câmara dos Deputados, onde foi retirado à força do cargo de presidente que ocupava temporariamente. Após uma breve ocupação de cerca de uma hora, ele se manifestou sobre o que considera uma tentativa de silenciamento, em meio a um ambiente político cada vez mais tenso.
A confusão no plenário e a resposta de Glauber
Durante a sessão, Glauber exigiu que o presidente da Câmara, Hugo Motta, o tratasse com igual respeito ao que foi dado a outros deputados que ocuparam a Mesa Diretora por mais tempo. “Os caras ficaram 48h e eu fiquei nem uma hora e já foi suficiente”, afirmou o parlamentar, referindo-se a outros acontecimentos controversos na Casa. A situação se escalou rapidamente, resultando em um tumulto que culminou na quebra de seu paletó.
Após o ocorrido, Glauber foi encaminhado ao serviço médico da Câmara para cuidados, revelando o impacto físico do conflito dentro do plenário. “Se imaginavam que esse era um passo para eu ficar quieto, estão enganados, porque essa luta não acabou”, declarou.
O contexto da aposição de Glauber
Glauber Braga está sob investigação no que diz respeito à sua conduta durante um protesto em abril de 2025, onde um pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar foi formalizado. O deputado é acusado de ter agredido fisicamente um membro do Movimento Brasil Livre (MBL). O paralelo entre as suas ações e as de outros parlamentares que não foram tão severamente punidos é um ponto recorrente nas suas críticas.
Ele se mantém firme em sua posição, acompanhado de sua parceira, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), fazendo com que sua presença em debates políticos seja ainda mais relevante. “Eu vou me manter aqui, firme, até o final dessa história”, reafirmou, chamando atenção para o tratamento diferenciado que, segundo ele, alguns deputados têm recebido sem consequências.
A repercussão e a mídia na Câmara
O tumulto foi tão significativo que a transmissão da sessão foi cortada pela TV Câmara e pelo YouTube, levando a uma limitação no acesso à informação ao público. A repercussão foi imediata, com a pressão sobre a liderança da Câmara para tomar decisões sobre os pedidos de cassação que envolvem não apenas Glauber, mas outros parlamentares, como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro.
A sessão ao plenário foi restrita a parlamentares por volta das 17h30, enquanto a Polícia Legislativa foi chamada para controlar a situação. A decisão de restringir o acesso da imprensa e assessores reflete a crescente tensão em torno das discussões em curso, especialmente em uma era em que a transparência e o debate aberto são vitais para a democracia.
Expectativas futuras e acusações em série
Hugo Motta, o presidente da Câmara, anunciou que na próxima semana serão votados os pedidos de cassação não apenas de Glauber, mas também de outros deputados, incluindo os mencionados anteriormente. Motta reforçou que a decisão e processo de defesa respeitarão um rito básico, garantindo a participação dos parlamentares. A expectativa sobre a defesa e os desdobramentos dessa situação continua a provocar reações calorosas entre os parlamentares e o público.
Para Glauber, o tema não é apenas uma luta pessoal, mas um reflexo de um sistema em crise. Ele se articula contra o que considera medidas punitivas e injustas dentro da Casa, clamando por um espaço onde todos os parlamentares possam expressar-se livremente, sem o temor de represálias. “A punição não deve ser utilizada como um instrumento para silenciar a oposição”, afirmou, chamando a atenção para o clima autoritário que parece estar se instaurando na política brasileira.
O caso de Glauber ressalta não apenas sua figura individual, mas também as complexidades e disputas que permeiam a política brasileira contemporânea. Ao buscar um espaço de debate e luta por seus direitos, ele enfatiza a necessidade de um olhar crítico sobre a governança e as práticas políticas no país.


