Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Deputado Glauber Braga é retirado à força da Câmara dos Deputados

Na tarde desta terça-feira (9), um incidente tumultuado no plenário da Câmara dos Deputados resultou na expulsão à força do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) de sua cadeira na presidência, por agentes da Polícia Legislativa Federal. A situação se agravou após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciar a votação do pedido de cassação de Braga, juntamente com os pedidos de outros deputados, como Carla Zambelli (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ), ambos já condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Motivo da ocupação e descontentamento

Glauber Braga ocupou a cadeira da presidência em um ato de protesto. O deputado se manifestou contra a pauta de votos, que não apenas envolvia sua possível cassação, mas também a votação de um projeto que visa reduzir as penas dos envolvidos na trama golpista. “Que me arranquem desta cadeira e me tirem do plenário”, disse Braga em um tom de desafio àqueles que buscavam retirá-lo.

O deputado corre o risco de perder seu mandato após um incidente em que agrediu, em 2022, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). A ocupar a cadeira de presidente, Braga criticou a postura do presidente Hugo Motta, que durante uma obstrução de cerca de 48 horas, em agosto, não fez uso da força para retirar deputados da mesa diretora. Contudo, menos de uma hora após seu protesto, Humphrey foi forçado a deixar o plenário pela segurança.

Cena do tumulto e repercussão

Após a retirada abrupta de Braga, a transmissão ao vivo da TV Câmara foi cortada, e a imprensa foi retirada do espaço, sem poder acompanhar os acontecimentos. O silêncio imposto se tornou um ponto de discussão, gerando questionamentos se a decisão partiu do presidente da Câmara. Imagens capturadas por outros deputados mostraram o ato de força durante a expulsão, ao qual Braga se dirigiu mais tarde, no Salão Verde, com as roupas rasgadas e clamando por liberdade de expressão.

Ele fez duras críticas ao governo, afirmando que a atitude de Motta demonstra um lado autoritário e uma tentativa de silenciar a oposição. “O que está acontecendo agora é uma ofensiva golpista”, declarou. Segundo o parlamentar, o cerne da questão não era apenas seu mandato, mas, sim, uma defesa mais ampla das liberdades democráticas em um momento de tensão política no país.

Críticas ao governo e validade da democracia

Braga garantiu que continuaria a lutar contra o que ele considera um pacote de medidas golpistas que, além de sua possível cassação, inclui a anistia a outros parlamentares envolvidos em ações controversas. “Amanhã [10] tem a votação, no plenário da Câmara, da cassação. Eles podem até cassar o mandato, mas eles têm que ter a certeza que, até o último minuto, eu vou estar lutando”, afirmou o deputado, ressaltando sua posição de resistência.

A reação de Hugo Motta foi enfática. Ele afirmou, por meio de suas redes sociais, que Glauber havia desrespeitado a Câmara e o trabalho do Poder Legislativo. Motta lembrou que o comportamento do deputado, em diferentes ocasiões, se alinha à lógica adversarial que ele mesmo condena. Para Motta, é vital proteger a democracia de todos os tipos de extremismos, independentemente de onde venham.

“O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o dele”, afirmou Motta ao justificar suas ações contra a defesa do mandato de Braga. Ele também convocou para uma investigação sobre a cobertura da imprensa durante o ocorrido, sugerindo que a história ainda está longe de estar resolvida e que as tensões políticas continuarão a ser exacerbadas nas próximas sessões da Câmara.

O cenário político brasileiro apresenta uma tensão crescente, com vozes de oposição sendo cada vez mais silenciadas em momentos de contenciosos legislativos. O caso de Glauber Braga serve como um sinal das dificuldades que a oposição enfrenta e das potenciais ramificações de ações consideradas golpistas, que podem ameaçar a própria essência da democracia no Brasil.

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