Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Cenário preocupante: A possibilidade de uma invasão dos EUA à Venezuela

No contexto de crescentes tensões entre Estados Unidos e Venezuela, Celso Amorim, conselheiro de política externa do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, faz um alerta preocupante: uma invasão ou ataque dos EUA à Venezuela poderia transformar a América do Sul em uma “zona de guerra” semelhante ao que ocorreu no Vietnã. Em entrevista ao Guardian, Amorim descreveu as recentes decisões do governo Trump como provocativas e potencialmente desastrosas.

Advertências sobre a escalada do conflito

Amorim classificou a ordem de Trump para o fechamento do espaço aéreo venezuelano como “ato de guerra”. Ele expressou receios de que a crise venezuelana possa se intensificar nas próximas semanas, ressaltando que o impacto de uma intervenção militar não se limitariam à Venezuela, mas envolveria potenciais repercussões globais.

“A última coisa que queremos é que a América do Sul se torne uma zona de guerra”, afirmou Amorim, revelando sua preocupação com a resistência que uma invasão poderia gerar, até mesmo entre críticos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. “Se houvesse uma invasão… veríamos algo semelhante ao Vietnã”, disse ele, indicando que a situação poderia rapidamente se tornar incontrolável.

Consequências de uma intervenção militar

Amorim também enfatizou que a resistência contra invasores é parte da história da América do Sul, que se formou em grande medida em resposta a intervenções estrangeiras. Se a intervenção militar for aprovada, ele antecipa um renascimento do sentimento antiamericano na região, semelhante ao que aconteceu durante a Guerra Fria. Além disso, as tensões já estão em alta, com Trump promovendo uma campanha de pressão extrema contra o regime de Maduro.

A partir de agosto, os EUA colocaram uma recompensa de 50 milhões de dólares pela captura de Maduro e realizaram os maiores desdobramentos navais na região do Caribe desde a crise dos mísseis de Cuba, em 1962. Recentemente, ataques aéreos mataram mais de 80 pessoas em barcos suspeitos de tráfico de drogas.

Reações ao fechamento do espaço aéreo venezuelano

A decisão dos EUA de fechar o espaço aéreo da Venezuela levou várias companhias aéreas internacionais a suspenderem voos para o país. Amorim afirmou que essa medida é “totalmente ilegal”, e reiterou que a abordagem agressiva do governo Trump não é o caminho adequado para resolver a crise venezuelana.

A postura do Brasil em relação a Maduro

Embora o governo brasileiro tenha laços históricos com o regime de Maduro, Amorim deixou claro que o Brasil não se alinha a uma política de mudança de regime pela força. Ele argumentou que a simples contagem de votos em uma eleição não deve ser uma justificativa para a invasão. “Se toda eleição questionável resultasse em uma invasão, o mundo estaria em chamas”, observou.

O ex-ministro também se mostrou cético quanto à possibilidade de Maduro renunciar, apesar da pressão internacional. “Maduro precisa chegar à conclusão de que deixar o poder é o melhor para ele e para o país”, disse Amorim, sublinhando que qualquer mudança deve ser resultado de um processo pacífico e não imposto.

A esperança pela solução pacífica

Amorim expressou a esperança de que Trump possa ser levado a considerar uma solução negociada com Maduro em vez de uma ação militar. Ele observou que a transição política na Venezuela exigirá tempo e paciência, lembrando a lenta volta à democracia no Brasil após a ditadura militar.

A ideia de um referendo revogatório, similar ao realizado em 2004 sob o governo de Hugo Chávez, foi sugerida como uma possível saída para a crise atual. Amorim também levantou questões sobre para onde Maduro poderia fugir caso deixe o poder, com países como Cuba, Turquia, Qatar e Rússia sendo considerados possíveis destinos.

À medida que o futuro da Venezuela continua incerto, as palavras de Amorim ecoam como um apelo à prudência. A esperança por um diálogo e uma transição pacífica se contrasta com os temores de um potencial desastre militar, que poderia afetar toda a região.

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