O clima esquenta na política carioca com os recentes posicionamentos da família Bolsonaro, especialmente em relação à candidatura de Flávio Bolsonaro ao Palácio do Planalto em 2026. Na última terça-feira, o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro, usou suas redes sociais para criticar o Centrão, um bloco que reúne diversos partidos e que, segundo ele, não defende verdadeiramente a liberdade econômica ou a autonomia do cidadão. A crítica vem em meio a um contexto de resistências e desacordos sobre a candidatura do senador Flávio Bolsonaro, despertando atenção e especulações sobre o futuro político da família.
As divergências do Centrão sobre a candidatura de Flávio
A tensão entre os membros do Centrão e os Bolsonaro ficou evidente após declarações do senador Ciro Nogueira, presidente do PP, que afirmou ser necessário buscar uma candidatura que una a direita. Ciro acredita que essa união pode ser alcançada apenas com o apoio de governadores influentes, como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Ratinho Junior, do Paraná. Na tentativa de alinhar interesses, um jantar foi promovido na noite anterior às críticas de Carlos, mas não parece ter solucionado as divergências.
Logo após a manifestação do vereador, Flávio Bolsonaro esclareceu que durante o encontro com Nogueira e com o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, surgiram questionamentos sobre sua capacidade de atrair apoio para a candidatura. Apesar disso, Flávio reitera que o apoio de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, é um fator que torna sua candidatura “irreversível”.
Apoios e alianças essenciais
Para Flávio, o sucesso da sua candidatura passa pela aliança com figuras chave, como Tarcísio de Freitas e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ele destaca a importância de uma relação sólida com Tarcísio, visto como um potencial aliado crucial nas próximas eleições. Em suas palavras, uma colaboração estreita seria fundamental para fortalecer a candidatura e a imagem da família Bolsonaro no cenário político.
Além disso, a relação com o público feminino e evangélico é outra preocupação que Flávio expressa, enfatizando a necessidade de união para potencializar suas chances nas urnas. “Não ficaremos desunidos. Meu pai está até mais disposto e feliz ao saber que a nossa militância está em ebulição”, afirmou, referindo-se a um clima de expectativa e mobilização entre os apoiadores.
Esclarecimentos sobre mal-entendidos
Flávio também comentou sobre possíveis mal-entendidos gerados por suas declarações recentes. Ele havia insinuado que sua retirada da corrida eleitoral tinha um “preço”, referindo-se a um possível acordo em torno da anistia de seu pai. Porém, rapidamente se desfez de qualquer interpretação negativa, esclarecendo que o “preço” era, na verdade, a liberdade de Jair Bolsonaro. “Ou seja: não tem preço”, disse, buscando reafirmar seu comprometimento com a luta pela liberdade de seu pai, preso em Brasília.
Essas movimentações e declarações não apenas revelam uma disputa interna por lideranças dentro da direita brasileira, mas também trazem à tona a questão de como a recuperação da imagem da família Bolsonaro pode influenciar o cenário eleitoral do próximo ano. A vontade de Flávio de manter sua candidatura forte, apesar das resistências, aponta para uma estratégia de união que, segundo ele, será essencial para a viabilidade de sua proposta.
A dinâmica entre Flávio e o Centrão será crucial nos próximos meses. Com as eleições de 2026 se aproximando, as tensões e alianças se tornam ainda mais relevantes, com todos os olhares voltados para o que pode vir a ser uma batalha emocionante no cenário político do Brasil.
Esta situação não só revela a fragilidade das alianças políticas como também evidencia o papel central que os líderes regionais e suas relações pessoais desempenham na formação de um consenso em tempos de polarização extrema.


