A Polícia Civil do Rio de Janeiro deu um passo importante na luta contra crimes de abuso infantil, ao indiciar o influenciador digital João Paulo Manoel, mais conhecido como Capitão Hunter, pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil. A investigação foi conduzida pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que enviou o inquérito à Justiça, conforme informações coletadas pelo portal iG Gente.
Andamento da investigação
O inquérito foi finalizado, resultando no indiciamento de Manoel. Segundo a DCAV, além dos crimes mencionados, a investigação incluiu a representação pela conversão da prisão temporária em prisão preventiva. Caso seja condenado, o influenciador poderá enfrentar uma pena de até 23 anos de prisão, uma vez que a legislação prevê penas que variam de oito a 15 anos para estupro de vulnerável e de quatro a oito anos para a produção de material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes.
Até o fechamento deste artigo, a reportagem tentou entrar em contato com a loja administrada por Capitão Hunter para obter um comentário sobre a situação, mas não recebeu resposta.
Entenda o caso
O influenciador, que possui 45 anos, foi preso no dia 22 de outubro em Santo André, em uma operação conjunta entre as polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo. A detenção fez parte de um inquérito focado em investigar suspeitas de exploração sexual de crianças e produção de conteúdo pornográfico com adolescentes.
De acordo com as investigações, João Paulo Manoel, que gerenciava um canal voltado para o público infantil e contava com cerca de 1 milhão de seguidores, teria envolvido-se em relações impróprias com duas crianças, uma menina de 13 anos e um menino de 11 anos, por meio de interações online e encontros presenciais.
O caso ganhou notoriedade após a menina ter conhecido o influenciador em um evento em um shopping na Zona Norte do Rio. Após esse encontro, o homem passou a se comunicar com ela pelas redes sociais, solicitando fotos íntimas em troca de produtos relacionados à franquia Pokémon, que promovia na internet. Relatos indicam que ele também teria enviado imagens de conteúdo sexualmente sugestivo.
Mensagens trocadas entre a adolescente e o influenciador, que foram documentadas pela menina, foram entregues à polícia e corroboraram as denúncias em relação ao comportamento inadequado de Capitão Hunter. Além disso, um menino de 11 anos relatou situações similares, onde também recebeu comunicações impróprias do influenciador.
Consequências e reflexões
Essa situação levanta questões importantes sobre a segurança de crianças e adolescentes nas redes sociais, ressaltando a necessidade de proteção em um ambiente onde muitas vezes a vulnerabilidade é explorada. O caso de Capitão Hunter é um exemplo alarmante de como a popularidade e a influência digital podem ser mal utilizadas.
Movimentos sociais e organizações continuam a chamar a atenção para a educação digital e para a proteção das crianças, enfatizando a responsabilidade que influenciadores e plataformas de redes sociais têm em manter o espaço virtual seguro para os jovens. Enquanto os desdobramentos desse caso seguem sua trajetória legal, a sociedade observa ansiosamente por uma resposta justa e firme que desencoraje futuros abusos e promova a integridade infantil.
Esperamos que esse caso sirva de alerta para pais, educadores e crianças, acerca da importância de denunciar qualquer tipo de abuso e buscar apoio em situações de vulnerabilidade.


